Ministério pastoral feminino é “enganoso, imprudente e mal fundamentado”, alerta John Piper

Teólogo John Piper, fundador do DesiringGod.org e chanceler do Bethlehem College & Seminary - Foto: República do Foguete / Flicker

A liderança feminina em áreas da igreja evangélica não deve ser chamada de pastorado, declarou o renomado teólogo e pastor John Piper. Ele abordou o assunto recentemente no podcast do ministério Desiring God. Antes dele, o pastor John MacArthur também fez duras críticas às mulheres pregadoras (relembre aqui).

O ministério pastoral é uma função exclusivamente masculina na visão da maioria dos teólogos reformados, e esse é um dos pontos em que as duas principais tradições cristãs convergem, já que a Igreja Católica também não ordena mulheres ao sacerdócio, destinando as vocacionadas para outras áreas de atuação paralelas na denominação.

Piper considera que é a ordenar mulheres ao pastorado é “enganoso, imprudente e mal fundamentado”. Outro grande teólogo que compartilhou o mesmo pensamento foi Antonio Gilberto (in memoriam), pastor da Assembleia de Deus, que alertou que a Igreja de Cristo prestará contas sobre esse desvio.

O tema foi abordado a partir da pergunta de um ouvinte do podcast de John Piper, que se disse membro de uma igreja que está modificando seus estatutos para permitir a ordenação feminina ao ministério pastoral. “As mulheres poderiam desempenhar esse papel e ainda estar sob a liderança masculina e um conselho de idosos. Mas essa mudança de título estaria alinhada com outras partes das Escrituras?”, questionou.

John Piper respondeu afirmando ser “imprudente usar a palavra pastor em inglês para mulheres no ministério”, e acrescentou que a “tentativa de dizer que é mais bíblico usá-la se baseia em um mal-entendido de como a língua funciona, bem como no suposto uso da palavra ‘pastor’ no Novo Testamento”.

Em inglês, a palavra pastor é entendida como uma “pessoa com liderança oficial na igreja local que normalmente envolve pregar e governar”, afirmou Piper. Mas o Novo Testamento, escrito em grego, “não usa a palavra inglesa pastor”, explicou, acrescentando que a palavra usada no grego é “poimēn“.

“É altamente enganoso afirmar que, ao aplicar a palavra pastor a leigos, estamos recuperando o uso do Novo Testamento. Isso é altamente enganador […] [Não] apenas não existe uma palavra do Novo Testamento que corresponda a ‘pastor’, como é distinta do pastor [de ovelhas], mas a ideia de pastorear no Novo Testamento foi consistentemente associada à liderança de presbíteros e superintendentes”, detalhou Piper.

“Em outras palavras, acho que aqueles que estão argumentando pelo uso da palavra pastor para mulheres que ministram ou homens que não são anciãos ou superintendentes estão minando o ensino do Novo Testamento sobre liderança da igreja, mesmo que eles pretendam fazer o oposto”, concluiu o pastor, segundo informações do portal The Christian Post.

por Tiago Chagas – Gospel +

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