No combate à pandemia do novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro tem se mantido na contramão do que dizem especialistas e líderes mundiais, incluindo o aliado Donald Trump, e de um bloco de ministros que inclui Luiz Henrique Mandetta (Saúde) e Sergio Moro (Justiça). Já a grande maioria dos ministros que fazem parte do chamado “grupo ideológico” endossa as medidas do chefe do Executivo nacional. Segundo levantamento da Folha, seis ministros apoiam integralmente as ações de Bolsonaro.
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, defendeu na quarta (1º) que as escolas e outras instituições de ensino voltassem a funcionar em abril. Ele ignorou a recomendação de Mandetta, que disse, dois dias antes, em entrevista coletiva, que crianças e jovens não podem voltar às aulas. Tanto o ministro da Educação quanto o irmão dele, Arthur Weintraub, são vozes ouvidas pelo presidente durante a crise. Arthur é assessor especial da Presidência e defende o uso da cloroquina para o combate à Covid-19, mesmo sem evidências científicas.
Além de Weintraub, outros defensores do presidente são Ricardo Salles (Meio Ambiente), Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Marcelo Álvaro Antônio (Turismo) e Onyx Lorenzoni (Cidadania). Fora do núcleo ideológico, três ministros endossam publicamente o presidente quando questionados pela imprensa, mas em reuniões internas, apoiam as recomendações de restrição: Jorge Oliveira (Secretaria-Geral), Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) e André Mendonça (Advocacia-Geral da União). (Metro1)