O ator, dublador e humorista José Santa Cruz morreu na noite desta sexta (26). Um dos pioneiros da televisão brasileira, o artista ficou conhecido por personagens como o Jojoca de A Praça É Nossa e do Zorra Total (1999-2015). Ele também foi um dos maiores dubladores do país –dando voz ao mutante Magneto nos filmes e animações dos X-Men e Dino da Silva Sauro em Família Dinossauro.
A informação foi confirmada pelo bisneto dele, o dublador Ivan Santa Cruz. O perfil oficial do ator de 95 anos também publicou uma mensagem, apenas com a palavra “luto”.
Santa Cruz convivia com a doença de Parkinson e estava internado com broncopneumonia. Ele deixa a esposa, Ivane Maria Mendes Bastos, com quem foi casado durante 72 anos e com quem teve três filhos –todos já falecidos.
Santinha, como era carinhosamente chamado pelos colegas, vai ser velado neste sábado (27) no Cemitério da Penitência, no Caju, na zona portuária do Rio de Janeiro. O corpo será cremado no final da tarde.
Jojoca, um de seus personagens mais famosos, surgiu no humorístico A, E, I, O… Urca (1963), da extinta TV Tupi. Ele era conhecido por repetir sempre o final das frases de seus colegas de cena.
Santa Cruz voltou a interpretá-lo em Beco Sem Saída (1963-1965), também na Tupi; em A Praça É Nossa, no SBT; no Zorra Total; e no Treme Treme (2015-2019), no Multishow.
O último papel dele foi o padre Léo em Espelho da Vida (2019), responsável por ajudar Cris (Vitória Strada) a descobrir o que havia acontecido em sua vida passada –em que foi assassinada na figura de Júlia Castelo (Vitória Strada).
ÀS DUBLAGENS:
Santa Cruz também foi um dos mais proeminentes dubladores brasileiros, emprestando a sua voz para personagens como Obi-Wan Kenobi (Alec Guinness), de Star Wars: O Império Contra-Ataca (1980), e às trapalhadas cômica.
Um dos seus trabalhos de dublagem mais lembrados é como Dino da Silva Sauro, em Família Dinossauro (1991-1994); assim como o senhor Omar de Todo Mundo Odeia o Chris (2005-2009); além do vilão Magneto, tanto na franquia de desenhos.
Globo lamenta
Em nota, a Globo lamentou a partida de Santa Cruz, destacando uma entrevista dada pelo veterano durante o lançamento da série Os Experientes (2015). Na conversa, ele falou sobre a profissão.
“Não há dificuldade nenhuma para mim em fazer algo que é sentido, seja o riso, seja o choro. É um sentimento humano, não vejo diferença entre fazer rir demais ou chorar demais. É o papel do ator, o ator tem que estar preparado para tudo isso”, apontou.
“Eu sempre trabalhei no humor, e é importante fazer papéis mais sérios também. O comediante pode ser um dramático, de repente. E isso faz parte do ofício, um ator tem que ser completo. E eu amo o que faço, seja rir ou chorar”.