O general do Exército e vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), afirmou nesta quinta-feira (14), que houve uma “comunicação deficiente” ao comentar a crise no Banco do Brasil, provocada após o anúncio do fechamento de 112 agências e o desligamento de cerca de 5 mil funcionários.
“Eu acho que houve uma comunicação talvez deficiente do banco nisso ai, né? Porque normalmente as pessoas que queriam sair, eram pessoas que já tinham completado o seu tempo para aposentar, essa é realidade. Talvez pouquíssimas pessoas tivessem um rebaixamento de cargo e não pudessem se aposentar mais. Mas acho que a maioria iria se aposentar”, destacou Mourão em entrevista ao Metrópoles .
Segundo o vice-presidente da República, as medidas de reformulação no banco foram tomadas diretamente pelo presidente da instituição: “Julgo que a medida não foi debatida com Bolsonaro, né”.
Sobre uma possível demissão do presidente do BB, André Brandão, o vice-presidente da República preferiu não comentar e disse que o assunto é discutido entre entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidentee da República, Jair Bolsonaro (sem partido).
“Não recebi nenhuma informação extra a respeito do assunto. É uma questão que está sendo debatida entre o presidente e o ministro da Economia”, afirmou Mourão.
Mudanças
A hipótese de uma possível queda do presidente do Banco do Brasil vem sendo comentada desde a última quarta-feira (13). Um dos fatores que pode ter contribuído foi o anúncio de reformulação feito pela instituição financeira na segunda-feira (11). Em comunicado, o BB afirmou que abriu programa de demissão voluntária (PDV) e que encerraria a atividade em 361 unidades, entre postos de atendimento, escritórios e agências.
O papel do ministro da Economia, Paulo Guedes, na crise é tentar reverter a intenção do presidente de tirar Brandão do cargo, segundo apurou o Metrópole, já que decisão que gerou uma repercussão negativa na mídia incomodou o presidente Bolsonaro.
Brandão saiu do HSBC, onde estava desde 2003, para substituir Rubem Novaes, que deixou a presidência da instituição em setembro. Quando pediu demissão, em julho, Novaes afirmou que a causa era o entendimento de que o banco “precisa de renovação para enfrentar os momentos futuros de muitas inovações no sistema bancário”.
Nesta quinta-feira, 14, o Banco do Brasil informou ao Metrópoles que ainda não houve uma comunicação formal sobre o desligamento de Brandão. (BNews)