O Ministério Público Federal (MPF) promoveu uma reunião com lideranças ciganas e representantes da Defensoria Pública da União (DPU), do Ministério da Igualdade Racial (MIR) e da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial, Povos e Comunidades Tradicionais da Bahia (Sepromi/BA).
Foram abordados temas como a necessidade de representatividade no MIR e na Sepromi, a exemplo do que tem ocorrido com outras comunidades tradicionais, e das políticas públicas em execução ou a executar em favor dos povos ciganos.
Entre as ações apresentadas se destacam o mapeamento e o registro de famílias ciganas das etnias Calon, Rom e Sinti, de territórios, rotas e das políticas públicas acessadas nas regiões brasileiras; a realização da Caravana Brasil Cigano, com encontros e escutas dos povos ciganos; as reuniões bilaterais e reunião ampliada com diversos ministérios para assegurar programas e políticas públicas para os povos ciganos; a concretização de agendas positivas com foco em ações concretas, como entrega de cesta de alimentos, inclusão no Programa de Cisternas, bolsas de estudos, entre outras.
As lideranças ciganas lembraram que os povos ciganos fazem parte da história nacional, chegando ao território brasileiro desde 1574, embora sempre alvo de discriminações. Elas salientaram que alguns avanços começaram a ocorrer a partir dos anos 2000, com viabilização, ativismo, participação em conselhos temáticos e a criação do Dia Nacional do Cigano.
Apesar disso, apontaram que continua sendo negado protagonismo aos ciganos, que permanecem sem atendimento a suas reivindicações e sem políticas públicas efetivas. A diretora de Políticas para Quilombolas e Ciganos do Ministério da Igualdade Racial fez uma apresentação demonstrando ações realizadas e a realizar em favor dos povos ciganos na Bahia e no país.
Também foram ressaltados o chamamento de 21 lideranças ciganas para debater em Brasília (DF) sobre o Estatuto dos Povos Ciganos, além da busca por garantir a representatividade dos povos ciganos em funções e consultorias dentro da estrutura e das atividades desenvolvidas pelo MIR na temática. A Sepromi, por sua vez, ressaltou estar à disposição para aprimorar sua atuação em busca de efetividade aos direitos dos povos ciganos na Bahia. (bahia.ba)