No desfecho de um caso que ganhou enorme repercussão internacional, Valérie Bacot, uma francesa que matou o marido após vários anos de abusos cometidos por ele, saiu em liberdade de seu julgamento, no tribunal de Chalon-sur-Saône, na região central da França. Ela foi condenada a quatro anos de prisão, com três anos suspensos, mas ficou livre por já ter cumprido um ano da pena.
O caso de Valérie se tornou internacionalmente conhecido pela série de abusos que ela sofreu do marido, Daniel Polette, que era seu padrasto e começou a estuprá-la quando ela tinha 12 anos.
Polette acabou sendo preso, mas, depois de cumprir a pena, retornou para a casa da família e retomou o abuso. Anos depois, o padrasto a obrigou a se casar com ele e dessa união forçada nasceram quatro filhos.
Valérie alegou que, além dos estupros, o marido a obrigava a se prostituir. Mais de 600 mil pessoas assinaram uma petição pedindo sua libertação. Ao analisar o caso, porém, o júri rejeitou o argumento da defesa de que ela não estava mentalmente sã no momento em que matou Daniel Polette.
A situação de Valérie é semelhante à de Jacqueline Sauvage. Ela matou seu marido e recebeu perdão presidencial depois de ficar mais de três anos presa. Jacqueline foi condenada a dez anos de prisão por um júri popular por matar com três tiros nas costas seu marido, com quem ficou casada por quase 50 anos. Em sua defesa, ela afirmou que foram décadas de violência contra ela e suas duas filhas. Além de agressões físicas, as três também afirmaram terem sido abusadas sexualmente pelo homem. (Conjur)