O ex-prefeito de Salvador, e atual pré-candidato ao governo do estado da Bahia, ACM Neto (DEM), voltou a negar qualquer alinhamento político com Jair Bolsonaro (sem partido). Em conversa com a imprensa, realizada na manhã desta sexta-feira (29), o democrata comentou sobre o voto no atual presidente, em 2018, e confessou ter acreditado em uma “série de coisas que efetivamente não aconteceram”.
“É fácil hoje você voltar no passado e fazer julgamentos de coisas que aconteceram no passado, mas que aconteceram nas circunstâncias que aconteceram. Naquele momento, não foi apenas eu que votei em Bolsonaro. Foram mais de 50 milhões de brasileiros que votaram, esperando uma série de coisas que efetivamente não aconteceram. Da mesma forma que eu não vou agora fazer juízo do meu voto no segundo turno de 2002 em Lula, eu não vou fazer juízo do meu voto no segundo turno de 2018 em Bolsonaro. Em nenhuma das duas oportunidades eles foram as minhas escolhas preferenciais, a minha primeira escolha”, pontuou.
Ainda durante conversa com a imprensa, Neto lembrou que em nenhum momento autorizou, como presidente do Democratas (DEM), a formalização de um alinhamento do partido com o governo do presidente Jair Bolsonaro.
“Em 2018 o DEM não teve posição política no segundo turno. Não declarou apoio a ninguém. Eu pessoalmente declarei o meu voto a Bolsonaro. Mas lembrem: eu não fiz campanha, não fui para a rua”, disse Neto.
Quando questionado sobre a proximidade com o presidente e o alinhamento com o bolsonarismo, o democrata enfatizou que o relacionamento era necessário durante seu mandato na prefeitura de Salvador, “uma obrigação”.
“Desde dezembro do ano passado eu não tenho nenhum diálogo com o presidente da república. Os dois primeiros anos do governo Bolsonaro coincidiram com os dois últimos anos da minha gestão como prefeito. Na condição de prefeito, eu tinha a obrigação e o dever de dialogar. Não era uma faculdade, era uma obrigação. Como fiz com Temer e como fiz com Dilma. A única coisa que poderia nos fazer conversar era política”, disse.
Por fim, o ex-prefeito da capital baiana voltou a afirmar que jamais se consideraria um político de direita, e que “não gosta desse tipo de rótulo”.
“Eu acho tão cafona essa coisa de direita e esquerda. Quem me acompanhou aqui durante oito anos sabe que não fui um prefeito de direita. Quem me conhece sabe que sou uma pessoa que não gosta desse tipo de rótulo. Acho que nesses oito anos surpreendi muita gente que tinha essa visão. Gente que tinha um certo preconceito em relação a mim e que pôde ver, a partir das minhas atitudes, da minha forma de governar, que isso não é verdade. Eu não posso acreditar que 74% da população que me reelegeu ou 64% da população que elegeu Bruno Reis seja de direita e se autodenomine de direita em salvador.” (Bahia.Ba)