Nº de internados por Covid-19 podia ser quase 3x maior sem ‘Fique em casa’, sugere estudo

Foto: Paula Fróes / GOVBA

Um estudo americano apontou que o número de pessoas que foram internadas por causa da Covid-19 poderia ser quase 3 vezes maior caso os governos não adotassem campanhas para que as pessoas ficassem em casa. O levantamento, publicado na revista científica Journal of the American Medical Association (Jama), considerou os casos de hospitalização pelo novo coronavírus nos estados de Colorado, Minnesota, Ohio e Virginia, nos EUA.

O estudo começou a analisar número diário de hospitalizações em março, acompanhando até 28 de abril. A média de incubação da doença estava entre 4 e 5,1 dias e a média de tempo entre o primeiro sintoma e a hospitalização foi de 7 dias. Logo, o tempo médio para se medir a associação sobre a efetividade das medidas de restrição até a hospitalização foi considerado de 12 dias, o que eles chamaram de “data média efetiva”. Para a análise, foi utilizado como padrão o total de pessoas que foram internadas nos estados por causa da Covid-19, incluindo tanto quem ainda estava nos hospitais quanto quem já havia recebido alta hospitalar.

De acordo com a publicação, em todos os estados, o número acumulado de hospitalizações seguiu o projetado nos primeiros dias após as ordens dos governos para as pessoas ficarem em casa. Porém, depois do período de 12 dias, foi observado que o crescimento da taxa de internados desviou da projeção original nas quatro regiões. 

Por exemplo: em Minesota, os moradores foram orientados a ficar em casa a partir de 28 de março. No dia 13 de abril, 5 dias depois da data média efetiva, a projeção de internações era de 988, quando o número real era de 361 – ou seja, quase 3 vezes menor. Já na Virgínia, a projeção era de 2.335 pacientes internados 5 dias depois dos 12 dias, mas o número real de internados era de 1.048 – menos da metade do estimado inicialmente.

Gráfico mostra diferença entre número projetado e número real de pacientes internados (clique pra ampliar) | Imagem: Journal of the American Medical Association

Os gráficos apontam o total de hospitalizações acumulado no dia, incluindo pessoas que foram liberadas (linha azul) e a projeção inicial de pessoas internadas sem medidas de restrição (linha vermelha tracejada). As três setas indicam três momentos distintos da pandemia: o início das campanhas “fique em casa”; a data média efetiva; e a marca de 5 dias após a data média efetiva, quando já se tem uma visão melhor de como as ações do governo ajudaram a reduzir os casos de internação.

Os responsáveis pelo estudo apontam que ações importantes para a queda das hospitalizações foram o fechamento de escolas, as orientações de distanciamento social e a consciência geral sobre a pandemia. (Bahia.Ba)

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