O ministro do Clima e Meio Ambiente da Noruega, Ola Elvestuen, anunciou nesta quinta-feira, 15, que o país europeu suspendeu o repasse de 300 milhões de coroas norueguesas, o equivalente a R$ 133 milhões, para ações contra o desmatamento no Brasil. De acordo com o jornal norueguês Dagens Næringsliv, Elvestuen considera que o País não está cumprindo o acordo de preservação da Floresta Amazônica.
A Noruega é a principal financiadora do Fundo Amazônia e, em julho, não aceitou a proposta do governo de Jair Bolsonaro de alterar a gestão do programa.
Questionado sobre a decisão do país europeu, o ministro brasileiro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse ao jornal O Estado de S. Paulo que as negociações sobre o destino do fundo ainda estão em andamento e que, por isso, vê como “natural” a decisão de reter repasses à iniciativa.
“As tratativas sobre o Fundo Amazônia ainda não foram concluídas, portanto é natural que novas contribuições aguardem esse desfecho”, declarou o ministro à reportagem.
A decisão da Noruega era esperada. Na semana passada, em tom crítico ainda não visto em público, Salles disse, em audiência pública na Câmara, que a Noruega não tinha moral para falar do desmatamento no Brasil, por causa de suas políticas ambientais.
“A Noruega é o país que explora petróleo no Ártico, eles caçam baleia. E colocam no Brasil essa carga toda, distorcendo a questão ambiental”, disse o ministro.
Dois dias depois, a Noruega reagiu e emitiu nota para afirmar que “está comprometida a continuar com a gestão responsável, prudente e sustentável dos seus recursos petrolíferos”. A indústria petrolífera norueguesa, declarou, “é líder global em padrões de saúde, segurança e proteção ambiental”.
“As atividades petrolíferas norueguesas estão entre as mais limpas do mundo, devido à rigorosa regulamentação governamental e aos altos padrões tecnológicas da indústria norueguesa”, informou a embaixada. (Estadão Conteúdo)