Novo estudo indica que ar-condicionado pode espalhar coronavírus

Coronavírus: ar-condicionado pode ter sido responsável pela contaminação de 9 pessoas (Getty Images/Getty Images)

Na cidade de Guangzhou, na China, um estudo aponta que um ar-condicionado pode ter sido responsável por transmitir coronavírus para alguns indivíduos que jantavam em um restaurante local. O estudo, feito por pesquisadores do país, aponta que nove pessoas que estavam presentes no restaurante, que não possui janelas, no mesmo dia foram diagnosticadas com covid-19, sendo quatro da mesma família.

Os indivíduos foram contaminados no dia 24 de janeiro e, após apresentarem alguns sintomas, foram ao hospital. O diagnóstico positivo chegou em 5 de fevereiro, e os pesquisadores acreditam que o surto isolado está conectado ao fluxo de ar do restaurante, que foi responsável por espalhar gotículas respiratórias pelo restaurante sem ventilação.

Realizada pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças de Guangzhou, a pesquisa será oficialmente lançada em julho e ainda carece de revisões feitas por especialistas da comunidade científica. No entanto, a pesquisa foi divulgada com antecedência devido ao seu caráter informativo no contexto da pandemia do novo coronavírus.

O estudo traz um desenho que segue o possível caminho feito pelo vírus, com a mesa dos indivíduos contaminados identificadas pelas letras A, B e C.

Confira, abaixo, a planta do lugar com as referências:

Foto: CDC/Reprodução

Como representado acima, é possível ver que os infectados estavam no caminho que o fluxo de ar percorreu. O paciente indicado por A1 já estava com sintomas prévios, o que pode ter intensificado a taxa de contaminação. Em nota, os pesquisadores afirmaram que a direção do ar foi a peça chave: “Concluímos que, nesse surto, a transmissão de gotículas foi motivada pela ventilação com ar condicionado. O fator chave para a infecção foi a direção do fluxo de ar”, escrevem os pesquisadores.

A própria pesquisa reconhece suas limitações e informa que o espalhamento do vírus pelo ar-condicionado é apenas uma das possibilidades. É preciso coletar mais evidências científicas e levar em conta outros cenários, como a possibilidade de infecção ter sido gradual, infectando um membro de cada família por vez, considerando que os pacientes estavam sentados em mesas vizinhas.

Especialistas já sabem, no entanto, que a circulação de ar em ambientes fechados espalha patógenos no ar, o que pode ter sido um fator agravante da transmissão do vírus. Em uma futura etapa, a conclusão da pesquisa, prevista para sair no mês de julho, deve apontar quais dos cenários foi o mais aceito pela comunidade científica.

Por Maria Eduarda Cury – Exame

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