Um novo golpe que tem circulado no WhatsApp utiliza a reforma da Previdência para roubar dados dos usuários e abrir brechas para que eles caiam em outras armadilhas. A mensagem enviada pelos criminosos informa que o governo liberou o saque de um suposto fundo previdenciário, e disponibiliza um link para que a vítima veja se tem direito ao benefício.
O laboratório especializado em segurança digital da PSafe detectou este golpe e já registrou 290 mil acessos e compartilhamentos até o momento.
Segundo Emilio Simoni, diretor do laboratório, golpes como esse são comuns.
“Há outros envolvendo FGTS e vagas de emprego, por exemplo. Esse não é dos mais graves, ao clicar no link, a página falsa captura o nome do usuário e pega uma permissão de notificação que irá possibilitar ao site mandar links de outros golpes diretamente para a vítima”, explica.
Entre os sinais de golpe na mensagem estão o link fornecido, que não é de uma página oficial do governo.
Além disso, o advogado especializado em Direito Previdenciário, João Badari, ressalta que não existe um fundo previdenciário. E que avisos sobre valores a receber costumam ser feitos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) diretamente ao segurado, por meio do e-mail cadastrado.
“Todo e qualquer valor a receber que chegar pelo WhatsApp é um sinal para que a pessoa desconfie. A orientação é ligar para a central telefônica 135 e verificar se a mensagem é verdadeira”, afirma Badari, destacando que golpes por cartas também são comuns.
“Sempre chega golpe para o aposentado por meio de carta, informando que ele tem um valor a receber, de precatórios, por exemplo, e pedindo que faça um depósito para ter acesso a esse dinheiro. Isso não existe. Quando a pessoa tem um valor a receber, não tem que pagar nada”, avisa.
Simoni também aconselha que os usuários de aplicativos como o WhatsApp instalem anti-vírus no celular para evitar os danos causados por esses links. “O anti-vírus mostraria que aquele link é suspeito, antes de a pessoa acessá-lo”, diz. Procurada, a Secretaria de Previdência não se manifestou. (O Globo)