No primeiro semestre de 2023, foram registrados 734 casos de dengue em Feira de Santana. Os dados são do Centro Municipal de Referência em Endemias.
O Acorda Cidade, entrevistou Síntia Sacramento, a coordenadora do Centro, que revelou que em Feira de Santana há um novo tipo de vírus da dengue, que acaba se disseminando mais facilmente.
“A gente tem um agravante que é o vírus cosmopolita, que é uma cepa nova, então ela é nova para praticamente todo mundo, porque a gente tinha antigamente só tinha o soro tipo 1, 2, 3 e 4, mas o cosmopolita que é do soro tipo 2, ele tem um genótipo diferente, então ninguém ainda tinha sido identificado com ele. Já foram feito estudos e foi comprovado que aqui em Feira de Santana tem, então é um tipo de vírus novo que acaba sendo disseminado mais facilmente”, afirmou.
A coordenadora salientou que o Ministério da Saúde já havia anunciado que o ano de 2023 seria um ano epidêmico.
“2023 é um ano que já veio divulgado pelo Ministério da Saúde como um ano epidêmico no Brasil todo, não só em Feira de Santana, portanto por ser um ano epidêmico, a gente já esperava que teria um aumento de casos e a gente passou um período sem inseticida, que o próprio Ministério da Saúde estava em falta, mas mesmo assim, a gente desenvolveu as atividades porque tinha ainda algum material e a gente vem notando um aumento considerado até agora. Agora no inverno a gente já está vendo que o clima está uma hora quente uma outra hora chove rápido, então isso também acaba acumulando água em alguns locais”, destacou.
Síntia também contou que os locais com mais incidências foram o bairro do Tomba e o distrito de Humildes.
“Nós registramos neste primeiro semestre do ano, 734 casos de dengue, um grande aumento comparado com o período de 2022, no qual tivemos pouco mais de 100 casos. Durante esse primeiro semestre, o mês de maio foi o que mais registrou notificações e os locais que lideram estes números é o bairro do Tomba e o distrito de Humildes”, explicou.
Sobre as ações de combate, ela disse que os agentes estão intensificando as fiscalizações nas casas das pessoas, com o objetivo de eliminar focos.
“Nós estamos distribuindo capas para as tampas e tonéis, nós inclusive tivemos notificações de Chikungunya, mas são poucas em comparação aos de dengue, então estamos sempre acompanhando os trabalhos dos agente de endemias, eles eliminam os focos das residências, fazem o trabalho com bomba costal liberando inseticida e o importante é destacar que não é válido apenas matar o mosquito adulto, mas também as larvas, porque se isso não acontecer, novos mosquitos irão surgir”, concluiu. (BN)