Uma sala comercial localizada na Avenida Faria Lima, principal corredor financeiro de São Paulo, foi usada como “bunker” para armazenar notas de dinheiro obtidas por doleiros para a Odebrecht pagar propina e caixa 2 a políticos e agentes públicos. Os valores foram obtidos com lojistas da região da 25 de Março. De acordo com o Estadão, a planilha da transportadora de valores Transnacional, usada no esquema, aponta que R$ 15,5 milhões foram coletados na sala comercial e levados até a sede da empresa, na Vila Jaguara. Para transportar as quantias, foram feitas 37 viagens entre setembro de 2014 e maio de 2015. Nos dias seguintes às retiradas de dinheiro, os valores eram entregues por policiais militares à paisana a intermediários de políticos em residências, escritórios e quartos de hotéis. As retiradas de dinheiro no “bunker” da Faria Lima, cujos valores variavam de R$ 120 mil a R$ 1,2 milhão, eram feitas com uma pessoa chamada Walter. Segundo investigação do Ministério Público Federal do Rio (MP-RJ), a sala comercial havia sido alugada pelos doleiros Cláudio Fernando Barboza, conhecido como “Tony”, e Vinícius Claret, o “Juca Bala”, presos em 2017 pela Lava Jato, por atuação no esquema de lavagem de dinheiro do ex-governador Sérgio Cabral (MDB). O documento obtido pela reportagem está sob sigilo por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). (Metro1)