A operação contra lavagem de dinheiro foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (15) nas cidades de Vitória da Conquista, Rio de Contas e Livramento de Nossa Senhora (veja mais) teve seis alvos. De acordo com a decisão que ancorou a operação, seis locais sofreram busca e apreensão, entre empresas e pessoas físicas.
Entre os alvos estão o contador Wilde José Cardoso Tanajura, das empresas Pontual Contábil, Itacon Tanajura Contabilidade, Sertel Serviços, Expertise Terceirização e S.A Clícina de Saúde. Além de Lucas Caique Souza Dourado, Victor Thiago Souza Dourado, Daniel da Silva Pereira e Antônio Caires Pereira.
Na decisão, o juíz federal Fábio Roque da Silva indica que durante as investigações policiais, ficou percebido que “há fortes indícios de lavagem de dinheiro, decorrentes de crimes como fraude a licitações, desvio de recursos públicos e de corrupção, no período de 2018 a 2021, tendo como beneficiárias empresas comandadas pelo investigado Wilde José, por meio de licitações com concorrência simulada e repasse de recursos públicos para servidores municipais”.
Os pagamentos teriam ocorrido, em grande parte dos casos, através de dispensa ou inexigibilidade de licitação, entre diversos municípios do Estado da Bahia, destacando-se os municípios de Sapeaçu, Canarana e São Felipe como os três que repassaram maior volume de recursos às empresas do investigado, de acordo com o magistrado.
A PF afastou o sigilo bancário dos envolvidos e as empresas, “onde foram identificadas movimentações bancárias que demonstraram fortes indícios da prática do crime de lavagem de ativos”. “A empresa Sertel Serviços acumulou o maior valor total de créditos recebidos, um montante que soma R$ 49.321.119,49 no período de 2018 a 2020, sendo que, mais de quarenta e seis milhões de reais foram recebidos de entes públicos, descrito na representação policial”, aponta a decisão.
Os elementos de informação constantes da investigação policial, de acordo com a decisão obtida pelo Bahia Notícias, dariam conta que “as empresas geridas por WILDE TANAJURA – SERTEL, ITACON e PONTUAL – foram contratadas por diversos entes públicos mediante pregão ou inexigibilidade de licitação”.
O juíz indicou que a operação “é necessária e imprescindível para delimitar os delitos praticados, e identificar seus autores, sobretudo, o crime de lavagem de capitais, em que é comumente utilizado ‘laranjas’ para fins de esconder a origem ilícita dos valores e bens percebidos com a prática delituosa”.
A prefeitura de Irecê, no Centro Norte baiano, afirmou que não tem nenhuma relação coma Operação Serviço. (BN)