O ex-coach Pablo Marçal foi denunciado pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) por difamação contra o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) durante a campanha pela Prefeitura de São Paulo em 2024.
Candidato pelo PRTB à época, Marçal acusou Boulos de ser usuário de cocaína, apoiando-se em um discurso ofensivo e na divulgação de um laudo médico falso.
A promotora Iane do Lago Nogueira Cavalcante Reis, autora da denúncia, aponta que os ataques começaram durante o debate eleitoral da TV Bandeirantes, em 8 de agosto.
Na ocasião, Marçal utilizou gestos e falas com o objetivo de insinuar que o adversário fazia uso de drogas ilícitas. Mais tarde, no mesmo dia, em entrevista coletiva, o então candidato reafirmou a acusação, chamando Boulos de “cheirador de cocaína”.
De acordo com a promotora, as falas tinham “nítido caráter ofensivo à reputação da vítima” e extrapolaram os limites da liberdade de expressão no contexto eleitoral.
A denúncia destaca ainda o envolvimento de terceiros na tentativa de validar a acusação. Segundo o MPE, o biomédico Luiz Teixeira da Silva Júnior teria elaborado um laudo médico falso, e o advogado Tassio Renam Souza Botelho seria o responsável por publicá-lo nas redes sociais de Pablo Marçal.
O episódio é tratado como uma tentativa de manipular a opinião pública às vésperas do primeiro turno das eleições, utilizando informações falsas para prejudicar a imagem de um concorrente direto na disputa pela Prefeitura de São Paulo. O caso agora segue para análise da Justiça Eleitoral.