O empresário e candidato derrotado à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), prestou depoimento à Polícia Federal (PF) nesta sexta-feira (8), sobre a publicação de um laudo falso que foi divulgado durante o primeiro turno das eleições municipais de 2024. O laudo, que visava prejudicar o adversário Guilherme Boulos (PSOL), gerou grande repercussão e levantou suspeitas de fraude.
Marçal chegou à Superintendência Regional da PF em São Paulo, localizada na Lapa, Zona Oeste da capital, por volta das 11h20. A investigação da PF, que teve início após a divulgação do documento em 4 de outubro, concluiu que a assinatura do médico José Roberto de Souza, que constava no laudo, era falsa. A perícia realizada em 7 de outubro apontou que a assinatura no documento não correspondia à do médico, que faleceu em 2022.
A análise grafotécnica da PF revelou que as assinaturas comparadas não foram feitas pela mesma pessoa. O laudo, publicado nas redes sociais de Marçal, alegava que Boulos estava em tratamento psiquiátrico devido ao uso de substâncias, uma informação que foi amplamente desmentida pela perícia. O médico José Roberto de Souza, que foi apresentado como responsável pelo laudo, nunca trabalhou na clínica Mais Consulta, em São Paulo, e, segundo sua filha, Aline Garcia Souza, ele nunca exerceu atividades relacionadas ao atendimento de dependentes químicos.
A Polícia Federal também investiga as circunstâncias de como o documento foi gerado e disseminado nas redes sociais de Marçal. O empresário enfrenta agora as consequências legais pela divulgação do laudo falso, o que pode implicar em sanções por calúnia e outros crimes eleitorais.
Marçal foi convocado a prestar esclarecimentos sobre o caso, que ainda está sendo investigado pela PF, que continua a apurar os detalhes dessa fraude, que teve o intuito claro de influenciar o resultado das eleições.