Pandemia do coronavírus aprofunda desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho

Foto : Rafael Neddermeyer / Fotos Públicas

A crise de empregos causada pela pandemia do coronavírus passou a se recuperar aos poucos no segundo semestre de 2020. Essa evolução, porém, aconteceu de forma diferente para homens e mulheres. O mercado de trabalho para o sexo masculino já é considerado recuperado, enquanto para o feminino, o saldo ainda é negativo.

Considerando contratações e demissões desde o início da pandemia do coronavírus, em março, o saldo do mês de novembro de 2020 para homens no mercado ficou positivo, com 107,5 mil vagas geradas. Isso significa que há mais trabalhadores do sexo masculino com carteira assinada do que antes da crise.

Para as mulheres, porém, a situação é inversa. Entre março e novembro, 220,4 mil empregos foram excluídos para pessoas do sexo feminino. Ao contrário dos homens, a crise para as mulheres está mais profunda do que antes da pandemia, quando elas já eram minoria no mercado de trabalho.

No total, o Brasil registra uma perda de 112,9 mil empregos na pandemia. Esse resultado é provocado pela situação das mulheres no país.

No início da pandemia, o Brasil fechou 1,6 milhão de postos de trabalho. Em fevereiro, mês anterior à crise do coronavírus, as mulheres eram 40,75% das contratadas com carteira de trabalho assinada e os homens correspondiam a 59,25%. A proporção de demissões, porém, foi desigual: 47% das mulheres perderam seus empregos e entre os homens, a taxa foi de 53%, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

De acordo com uma nota do Ministério da Economia, esse contraste entre os gêneros está relacionado aos setores que mais foram abalados pela crise. “Os setores com maior participação das mulheres foram mais afetados pelo fechamento de postos de trabalho, em decorrência das medidas de distanciamento social para a prevenção de contágio”, afirmou. (Metro1)

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