Em reunião com representantes da fundação americana Conrad Hilton nesta quarta-feira (22), o Papa Francisco destacou a importância de superar a “mentalidade machista” na Igreja Católica e defendeu que freiras ocupem mais cargos de liderança.
“O papel das irmãs é servir aos mais desfavorecidos, e não ser empregadas de ninguém”, afirmou o pontífice. Ele também ressaltou a falta de investimento na formação de freiras para posições de responsabilidade.
“Frequentemente se denuncia que não há freiras suficientes em cargos de liderança nas dioceses, na Cúria e nas universidades, e isso é verdade. Investiu-se pouco nisso, muito menos do que na formação do clero”, pontuou. Em tom descontraído, completou: “Desde o dia do Jardim do Éden, quem manda são elas”.
O Papa Francisco também destacou mudanças recentes no Vaticano que refletem sua visão de maior inclusão feminina. Ele anunciou que, a partir de março, a italiana Raffaella Petrini será a primeira mulher a liderar o Governo do Estado da Cidade do Vaticano, órgão responsável pela administração da Santa Sé.
Além disso, pela primeira vez, uma freira foi nomeada para chefiar o Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, que supervisiona ordens e congregações religiosas. A escolhida foi Simona Brambilla, marcando mais um passo histórico para a presença feminina em altos cargos eclesiásticos.
As declarações e decisões do Papa refletem seu compromisso com uma Igreja mais inclusiva, enfrentando resistências internas e promovendo mudanças na estrutura hierárquica. “É necessário dar voz e espaço às mulheres, cuja contribuição é essencial para uma Igreja verdadeiramente sinodal”, concluiu o pontífice.