Partidos do Centrão pressionam Lula por definições sobre ministérios

Governo tenta acomodar o Progressistas e o Republicanos na Esplanada, com André Fufuca e Silvio Costa Filho

Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem sido pressionado pelo Centrão para que conclua a reforma ministerial quanto antes.

Os partidos, que aguardam há mais de um mês, demonstram urgência em conhecer os ministérios que André Fufuca (PP) e Silvio Costa Filho (Republicanos) deverão ocupar.

Esses nomes já foram publicamente mencionados pelo ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

O PP almeja a pasta do Desenvolvimento Social, atualmente liderada pelo petista Wellington Dias. Já o Republicanos manifestou interesse no Ministério do Esporte, que está com Ana Moser.

Entretanto, o presidente Lula está considerando apresentar outras opções aos partidos, que buscam mais do que ministérios para garantir apoio nas votações na Câmara dos Deputados.

Além disso, o Centrão demonstra interesse na Caixa Econômica Federal, nos Correios e na Fundação Nacional de Saúde (Funasa), que foi recriada pelo Congresso Nacional.

Estratégia

A relutância do presidente em formalizar os nomes dos novos aliados é possivelmente uma estratégia para evitar dar a impressão de que está cedendo às exigências das siglas.

Desde o encontro com Lula em 7 de julho, no qual estiveram presentes expoentes de PP, Republicanos e União Brasil, a única mudança no alto escalão foi a nomeação de Celso Sabino, do União Brasil, para o Ministério do Turismo.

Uma pesquisa realizada pela Quaest divulgada nesta quinta-feira (10) indica que, na percepção dos parlamentares, 41% veem a relação do governo com o Congresso de forma negativa, enquanto 24% a avaliam de maneira positiva.

Enquanto a relação entre o governo e o Congresso enfrenta desafios, pautas de interesse do governo estão paralisadas. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ainda não definiu quando o Projeto de Lei do Novo Marco Fiscal, com alterações do Senado, será levado ao plenário.

Acomodar o Centrão poderia conferir mais estabilidade ao governo nas votações do segundo semestre.

No Senado, há a volta do voto de qualidade no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), já aprovada na Câmara. Na Casa também está em tramitação a reforma tributária.

Na tentativa de ampliar a base aliada e atrair o Centrão, líderes do governo articulam a criação de mais uma diretoria na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), destinada ao Republicanos.

A proposta é incorporar essa diretoria por meio de uma medida provisória que reajusta os salários dos servidores públicos.

No entanto, a aproximação com o Republicanos encontra obstáculos, incluindo a opinião contrária do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ex-ministro do governo Jair Bolsonaro (PL), que não deseja ver seu partido integrando o governo.

(CNN)

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