Na linha de frente como gestor das operações para mitigar os efeitos da pandemia de coronavírus na economia, o ministro Paulo Guedes, de 70 anos, decidiu se resguardar. Apesar de ter testado negativo para a doença, por precaução, está despachando remotamente, de sua residência, no Rio de Janeiro. O Ministério da Economia afirmou, nesta segunda-feira, 23, que, pelo fato de Guedes fazer parte do grupo de risco de complicações caso contraia a doença, as agendas foram remarcadas e serão realizadas por videoconferência.
O ministro tem reuniões marcadas com governadores das regiões Norte e Nordeste, ao lado do presidente Jair Bolsonaro. A reunião semanal interna realizada às segundas-feiras com o secretariado foi realizada pela internet. Uma segunda reunião com os secretários, marcada para às 15h, foi cancelada.
Na semana passada, Guedes compareceu às coletivas ao lado de Bolsonaro e do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Ao menos 23 pessoas que compuseram a comitiva do presidente aos Estados Unidos testaram positivo para a Covid-19, incluindo o secretário de Comércio Exterior de Guedes, Marcos Troyjo. Bolsonaro afirma que seus exames para a doença deram negativo, mas se recusa a mostrar os documentos.
Na noite do domingo 22, Bolsonaro assinou uma medida provisória que permite a suspensão de contratos de trabalho por até quatro meses durante o período de calamidade pública no país, que entrou em vigor na última sexta-feira, 20, devido à pandemia de coronavírus. A medida foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União. O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por sua vez, anunciou neste domingo, 22, medidas emergenciais para conter os impactos da pandemia do coronavírus. Juntas, as ações liberam 55 bilhões de reais para estimular a economia e durarão todo o período em que a crise instaurada pela Covid-19 se estender. As medidas somam-se ao pacote de 179,6 bilhões de reais anunciado por Guedes para contornar a crise na semana anterior. (Veja)