Os resultados da nova rodada de pesquisas promovida pelo Grupo A Tarde e o Instituto DataPoder360, núcleo de pesquisa do jornal digital Poder 360, apontam para o início de uma recuperação da popularidade dos governos nos níveis federal, estadual e municipal após semanas de pequenas quedas.
A recuperação de popularidade da gestão do presidente Jair Bolsonaro ainda parece ser lenta, revela a pesquisa, mas é significativa. A avaliação positiva dele na Bahia subiu de 27% para 29%, enquanto sua avaliação negativa caiu de 50% para 42% em duas semanas.
A aprovação do governo federal, quando o entrevistado só tem duas opções de resposta (aprova ou desaprova) aumentou de maneira ainda mais visível saindo de 31%, em 8 de julho, para 38% agora. A desaprovação caiu de 55% para 58%.
No entanto, os prefeitos baianos registraram uma leve queda em sua popularidade com a avaliação positiva oscilando de 37% para 35% em duas semanas, enquanto o governador Rui Costa teve melhora na avaliação positiva. A pesquisa foi realizada entre os dias 20 e 22 de julho e entrevistou 2,5 mil pessoas em 192 cidades da Bahia. A margem de erro e de dois percentuais.
No Brasil, de forma geral, a popularidade de Bolsonaro também teve leve melhora e indica que ela começa a voltar ao seu patamar pré-pandemia. A avaliação positiva oscilou um ponto para cima, indo de 29% para 30%, e a negativa caiu de 46% há duas semanas para 43% agora. A avaliação regular do governo também aumentou três pontos percentuais, de 20% para 23%.
O governo Bolsonaro segue sendo melhor avaliado nas regiões Centro-Oeste, Norte e Sul. É melhor avaliado também entre os homens e entre pessoas com nível de instrução até o ensino fundamental. Já avaliação negativa é maior entre as mulheres, pessoas com ensino superior e entre pessoas com renda superior a 10 salários mínimos.
Para o cientista político Rodolfo Costa Pinto, diretor do DataPoder360, dois fatores explicam o início da recuperação da popularidade. Primeiro, diz ele, uma melhora na economia de maneira geral. “O fundo do poço parece ter sido entre abril e maio. Agora que a retomada está sendo um pouco mais ampla e sendo sentida na vida das pessoas”, pontua.
Em segundo lugar, avalia o pesquisador, as pessoas parecem estar começando a aprender a conviver com o coronavírus. “A pandemia está sendo normalizada e assimilada no cotidiano”, diz ele, lembrando que a manutenção do auxílio emergencial e outras medidas para assegurar empregos e renda das famílias estão sendo vitais para a melhora da popularidade de Bolsonaro.
Militares no poder
O avanço na avaliação positiva como um todo parece também ter melhorado a percepção sobre a presença de militares no governo. Nesta rodada, o Data Poder360 repetiu a pergunta sobre a participação de militares no governo e os números mostram que o percentual de pessoas que acreditam ser positiva aumentou de 37% para 43%. Ao mesmo tempo caiu o percentual dos que classificam a presença de militares de maneira negativa – de 37%, em maio, para 35%.
Na Bahia, a percepção sobre a presença dos militares diverge do país de forma geral. O percentual de pessoas no estado que julgam essa participação como boa caiu de 35% para 32% e a percepção de que a presença de militares no governo é ruim para o país aumentou de 34% para 39%.
O Instituto DataPoder360 perguntou também como os brasileiros percebem o funcionamento da democracia. A maioria dos entrevistados (47%) afirma que a democracia está funcionando “mais ou menos bem”. Somente 14% acredita que a democracia está funcionando muito bem, enquanto 24%diz que está funcionando mal e 6% classifica o funcionamento como muito mal. Nessa questão, os percentuais da Bahia são bem parecidos.
Uma questão que estreou nessa pesquisa foi sobre o desempenho do governo federal na preservação da Amazônia. No país, a maioria dos entrevistados (36%) afirmou que considera o trabalho ruim ou péssimo, outros 30% avaliaram como regular e pouco mais de um quarto avalia o trabalho do governo na Amazônia como ótimo ou bom. Na Bahia, os números foram similares.
O cientista político Rodolfo Costa Pinto acredita que a questão amazônica é algo pouco compreendido e distante para a maioria das pessoas. “Mas os números mostram que há uma percepção geral de que o cuidado com a Amazônia é uma área em que o governo ainda precisa melhorar”, concluiu.