Com apoio do Ministério Público Federal (MPF), a Polícia Federal (PF) deflagrou a 70ª fase da Operação Lava Jato na manhã desta quarta-feira (18). O objetivo é coletar provas de crimes de corrupção de agentes públicos, organização criminosa e lavagem de capitais relacionados a contratos de afretamento de navios celebrados pela Petrobras e sob responsabilidade da Diretoria de Abastecimento da empresa pública.
Batizada de Óbolo, em referência à moeda usada para remunerar o barqueiro Caronte, que conduzia as almas através do rio que separava o mundo dos vivos dos mortos, na mitologia grega, essa fase remonta ao início da Lava Jato, em 2014.
Segundo a assessoria de comunicação da PF, cerca de 50 agentes cumprem 12 mandados de busca e apreensão, sendo um em São Paulo, 10 no Rio de Janeiro e um em Niterói, também no Rio. Com isso, eles pretendem colher evidências do envolvimento de empregados vinculados à Diretoria de Abastecimento e Logística e Gerência de Afretamentos da Petrobras com atos de corrupção e lavagem de dinheiro. Além disso, os policiais procuram provas de corrupção por parte de pessoas e empresas que aparecem nos negócios investigados como intermediários e teriam corrompido funcionários da estatal para garantir negócios de fornecimento de transporte de produtos para a Petrobras.
Até o momento, o inquérito indica que apenas três empresas que são alvos de mandados nesta fase estabeleceram mais de 200 contratos de afretamento de navios, entre os anos de 2004 e 2015, em valores acima de R$ 6 bilhões, sendo a remuneração de corretores intermediários (brokers) determinada pela atividade de aproximação entre os armadores de navios (owners) e a Petrobras. Com isso, a suspeita do pagamento da corrupção recai sobre os valores recebidos pelos corretores intermediários que, mesmo estabelecidos em uma pequena porcentagem dos contratos, alcançam vultosas somas de dinheiro e – apura-se – contribuíram para abastecer esquemas de corrupção sistemática já demonstrados ao longo da Operação Lava Jato. (Bahia Notícias)