PM preso em operação já sabia que era investigado em operação sobre rifas ilegais e alegou perseguição em vídeo publicado meses antes

Os sorteios, segundo a Polícia Civil, eram manipulados, e os prêmios, frequentemente direcionados a integrantes da própria organização.

Foto: Reprodução/Instagram

Muito antes de ser preso na manhã desta quarta-feira (9), durante a segunda fase da Operação Falsas Promessas, o policial militar Alexandre Tchaca já sabia que era investigado. Em vídeo publicado em suas redes sociais no mês de março, ele afirmou ter tomado conhecimento da existência de mandados de busca e apreensão contra ele e outros colegas de farda.

“Desde novembro que eu recebi um informe de que haveria um mandado de busca apreensão em meu desfavor e em favor de outros colegas policiais. Novembro! Recebi uma foto, um print do processo que ocorre em segredo de justiça e confirma lá meu nome e o nome de outros colegas”, disse Tchaca na gravação à qual a reportagem teve acesso.

Na mesma publicação, o PM sugeriu que estaria sendo alvo de perseguição. “Todo mundo que me acompanha sabe das armações, das perseguições. […] Eu não posso falar tudo ainda. Dependendo das cenas dos próximos capítulos, eu largo nomes, largo tudo que verdadeiramente eu não quero fazer, mas eu tenho que cair atirando”, declarou.

Segundo o próprio investigado, existe um vídeo em posse de uma pessoa de confiança, que seria divulgado caso ele fosse alvo das ordens judiciais.

Alexandre Tchaca é um dos 22 presos na operação, que também deteve influenciadores e outros quatro policiais militares. A investigação aponta que o grupo movimentou cerca de R$ 500 milhões por meio de rifas ilegais promovidas nas redes sociais. Os sorteios, segundo a Polícia Civil, eram manipulados, e os prêmios, frequentemente direcionados a integrantes da própria organização.

A estrutura criminosa utilizava empresas de fachada e pessoas interpostas para disfarçar a origem dos valores. Até o momento, o papel exato de cada um dos policiais presos, incluindo Tchaca, ainda está sendo apurado pelas autoridades.

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