Tem a ver com o sexo, o peso, idade, estilo de vida… O escritório é praticamente um laboratório no qual se comprova a ideia geral de que mulheres sentem mais frio que homens: a maioria delas pede para diminuir o ar-condicionado; eles tendem a não aguentar o calor sem o aparelho.
E a experiência corporativa está certa: as mulheres geralmente são mais friorentas. Isso acontece porque os homens tendem a ter mais massa muscular, e elas, mais gordura. A atividade do músculo gera calor, enquanto as células de gordura o armazenam. A temperatura nas mãos dos homens é de, em média, 32,3 °C; nas das mulheres, 30,7 °C.
Esse trabalho dos músculos também ajuda a explicar por que pessoas mais velhas sentem mais frio: a massa muscular cai com o avanço da idade. Já indivíduos acima do peso sofrem: a gordura subcutânea pode servir como uma barreira à perda de calor e influenciar as habilidades termorregulatórias. Por um lado, os humanos com obesidade esfriam mais devagar e precisam elevar seu metabolismo de forma menos significativa do que os magros quando estão num ambiente de temperatura baixa. Parece bom se você sai de casa sem agasalho no inverno. Mas, por dificultar a perda de calor, a obesidade torna as pessoas mais suscetíveis ao estresse térmico no tempo quente.
Fumantes, por outro lado, tendem a sentir mais frio. A nicotina provoca vasoconstrição (contração dos vasos sanguíneos), o que dificulta a circulação do sangue quente no corpo. Mãos e pés, por exemplo, não recebem sangue suficiente e podem ficar gelados.
Além disso, a sensação de frio ou calor pode variar de acordo com sua situação psicológica. Um estudo de 2014 descobriu que as pessoas que estão sozinhas ou se sentem isoladas podem sentir mais frio do que aquelas socialmente conectadas. É o tal calor humano.
Fontes: “Cold hands, warm heart”, Lancet. “You turn me cold: evidence for temperature contagion”. “Obesity and thermoregulation”.
Por Alexandre Carvalho / Superinteressante