Prefeito de Itaberaba acusa governo do estado de chantagem

Imagem: Reprodução

O prefeito de Itaberaba, Ricardo Mascarenhas (PP), rebateu na última quinta-feira (12) as declarações de Adélia Pinheiro, secretária estadual de saúde, que colocou na prefeitura a culpa pelo atraso na inauguração do Hospital Regional de Itaberaba. Segundo ele, em entrevista a duas rádios locais, o governo do estado tem feito “chantagem” ao segurar a obra. “Na época da inauguração, antes do conflito entre o PP e o PT, havia uma força-tarefa para inaugurar o hospital. Depois disso, a gente viu o ritmo diminuir”, disse o prefeito.

“Qual é a grande questão? É que eu decida quem vou apoiar para o governo do estado, se será ACM Neto (União Brasil) ou Jerônimo (Rodrigues, PT). Porque foi após o rompimento de João Leão (PP) que tudo isso ocorreu. Não vou aceitar que coloquem uma faca no meu pescoço. Não posso aceitar que as pessoas esperem um posicionamento político para que um hospital seja inaugurado. As vidas das pessoas não podem ser prejudicadas por conta de situações políticas”, completou Ricardo.

O hospital estava previsto para ser inaugurado no dia 26 de março, aniversário de Itaberaba. Pouco antes, no dia 14 de março, o rompimento do PP com a base do governo Rui Costa foi anunciado.

“O que existe é uma força contrária para que não inaugure o hospital. Porque seria uma dor muito grande para algumas pessoas que fazem política na Chapada. Vocês não imaginam a dor desse grupo político, que só pensa no umbigo deles”, disse ainda Ricardo, sem citar qual seria o candidato contrário à inauguração da unidade de saúde.

As declarações do prefeito foram feitas às rádios Diamantina FM e Rosário FM. Pela manhã, Adélia Pinheiro deu entrevista alegando que o hospital ainda não havia sido inaugurado porque a prefeitura não realizou os trâmites para contratação de uma organização social. E que o estado estava disposto a realizar a gestão caso o município não fosse capaz de fazê-la. Ricardo respondeu que a secretária estava mentindo, pois a primeira proposta do município foi justamente a cessão.

Ricardo disse que Adélia, em nome do governo do estado, estava fazendo “jogo sujo”: “A gente que é da política conhece esse jogo sujo. Você acha que uma secretária de estado ligar para uma rádio de Itaberaba para cobrar a abertura do hospital, você acha que ela quer o que? Ela quer criar um conflito na cidade, que não vou aceitar. É uma estratégia para me pressionar a tomar uma decisão política”.

Ainda segundo o prefeito, outras intervenções em Itaberaba foram paralisadas como forma de “chantagem” política. Ele cita, por exemplo, a obra da cobertura da feira municipal que, segundo ele, “nosso secretário de agricultura foi chamado em Salvador e ouviu do governo do estado que, se o prefeito não decidisse se vai apoiar Neto ou Jerônimo, que a obra seria suspensa. Mas eu não tenho medo do governo do estado, não tenho medo de ninguém. A obra será realizada com recurso do governo municipal”, afirmou Ricardo. (Bahia.ba)

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