O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, anunciou nesta terça-feira (3) a imposição da lei marcial, substituindo as leis civis por controle militar. Em um pronunciamento transmitido pela televisão, Yoon justificou a medida como necessária para proteger a ordem constitucional e combater “elementos pró-Coreia do Norte” no país. Esta é a primeira vez que a Coreia do Sul recorre à lei marcial desde o fim da ditadura militar nos anos 1980.

A decisão ocorre em meio a um acirrado conflito político, com a oposição, que detém a maioria no Parlamento, acusando o presidente de utilizar a tensão com Pyongyang como pretexto para ampliar seus poderes e controlar o Legislativo. Yoon criticou ações recentes da oposição, como a rejeição de sua proposta orçamentária e tentativas de impeachment contra promotores importantes.

Internamente, a medida enfrentou resistência significativa. A polícia convocou uma reunião de emergência, enquanto membros do governo e líderes opositores condenaram a decisão. O presidente do Parlamento prometeu debater a questão em uma sessão de urgência, mas o acesso ao edifício foi bloqueado.

No cenário internacional, os Estados Unidos, aliados da Coreia do Sul, declararam estar monitorando de perto a situação. A Casa Branca informou que o presidente Joe Biden está em contato com o governo sul-coreano, ressaltando a importância da aliança entre os dois países em meio às crescentes tensões na região.