Embora tenha ficado contrariado com as propostas da sua equipe econômica para o financiamento do Renda Brasil, o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) não desistiu de ampliar os programas de transferência de renda, segundo fontes próximas à ele.
Em suas redes sociais na manhã de ontem (15), Bolsonaro disse que não falaria mais de Renda Brasil no seu governo: “Vamos manter o Bolsa Família e ponto final!”, disse. Mas, nesta quarta-feira (16), autorizou o senador Márcio Bittar, relator do Orçamento 2021 e da PEC do pacto federativo (que prevê a desindexação, alvo de críticas quanto a eventual congelamento de aposentadorias), a incluir a formulação de um novo programa de transferência no seu relatório.
Os dois tiveram duas reuniões nesta quarta-feira (16), um café da manhã e uma reunião antes do almoço. Bittar pretente entregar a proposta do novo programa na semana que vem.
“Eu fui solicitar ao presidente se ele me autorizava colocar dentro do orçamento a criação de um programa social que possa a atender milhões de brasileiros que foram identificados durante a pandemia e que estavam fora de qualquer programa social. O presidente me autorizou. E não adianta agora a gente especular de onde que vai tirar, o que vai cortar, mas eu estou autorizado pelo presidente, ele me deu sinal verde e a partir de agora vou conversar com os líderes do governo no Senado e na Câmara e com a equipe econômica”.
O senador pretende apresentar o texto com o novo programa na próxima semana.
“O que é fundamental é que a partir de janeiro o decreto de calamidade vai ter terminado, só que você tem 20 milhões de brasileiros ou mais que vão continuar desempregados e o Estado brasileiro precisa deixar esses brasileiros dormindo tranquilos no 31 de dezembro com o programa já criado. O projeto preparado é claro que vai voltar aqui para o presidente para ele dar a última palavra”.
Sobre o fato de Bolsonaro ter dito ontem que não falaria mais em Renda Brasil, Bittar disse que é da política: ” A política é assim. Não é só o que eu quero, não e só o que quer um outro senador. O regime que tem uma palavra só não é uma democracia. A política é isso”. (R7)