Os professores da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) aprovaram, em assembleia realizada na terça-feira (10), a paralisação das atividades acadêmicas no dia 18 de março, além de uma agenda de mobilização.
Segundo a Associação dos Docentes da Uefs (Adufs), a assembleia também aprovou uma reunião para a próxima quinta-feira (12), às 17h30, na sede da associação. Serão convidados representantes das entidades do setor educacional de Feira de Santana, além de membros das entidades estudantis e dos servidores técnicos da Uefs.
Durante as falas, na assembleia, os professores pontuaram que é necessário ir às ruas em defesa da carreira e do serviço público. Quem se pronunciou também defendeu a intensificação da mobilização com o conjunto dos servidores públicos da Bahia para defender a Previdência e os demais direitos dos servidores, como a reposição inflacionária. A última vez que o governo estadual repôs a inflação foi em 2014.
Ação conjunta
De acordo com a Adufs, a assembleia dos professores da Uefs aprovou manter as atividades do Fórum dos Servidores Públicos Estaduais; participar da plenária de lançamento do Fórum Baiano em Defesa do Serviço Público, marcada para o dia 17 de março, às 9h, na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA); mais ações conjuntas com o Fórum das ADs para reatar a mesa de negociação.
Ainda fazem parte dos encaminhamentos, organizar o Dia Nacional de Luta, em 14 de março, data que marca dois anos do assassinato da vereadora Marielle Franco e de Anderson Gomes; além da elaboração de uma moção em apoio aos professores Fábio Dantas, Antônia Almeida Silva e Lucimêre Rodrigues, acusados por um candidato de fraudar os resultados da Seleção Pública para professor substituto na Uefs.
Mesa de Negociação
Um outro ponto tratado pelos docentes na assembleia foi a posição da categoria diante do comportamento do governo com a Mesa Permanente de Negociação. Foi aprovada a realização de ações conjuntas com o Fórum das AD’s para reatar a Mesa.
“A Mesa foi um canal de diálogo conquistado com a vitoriosa greve, mas encontra dificuldades para avançar. Os pontos apresentados até então foram as promoções docentes e a implementação das Dedicações Exclusivas (DEs). No entanto, no tocante às DE, os representantes do Governo do Estado apresentaram à categoria uma proposta que sugere para os sindicatos a renúncia da Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) em defesa do artigo 22 do Estatuto do Magistério Superior. Desde a greve, essa foi a primeira vez que o governo colocou na mesa de negociação a Adin como condicionante para a implantação de todas as Dedicações Exclusivas”, informa a Adufs.
Insistindo no diálogo, o Fórum das ADs propôs uma nova reunião para discutir o tema, com as presenças dos secretários envolvidos nas pastas de negociação, mais os deputados que foram interlocutores durante a greve. O pedido foi uma reação da categoria, diante da morosidade dos interlocutores do governador em tratar a pauta. O governo ficou de dar respostas no dia 11 de novembro do ano passado sobre a possibilidade de agendamento da reunião até o dia 14 do mesmo mês, o que não aconteceu.
Ainda no início de novembro do ano passado, o Fórum das ADs dialogou com a presidente da Comissão de Educação da AL-BA, Fabíola Mansur, sobre as dificuldades na mesa de negociação. Mesmo após a queixa e relato dos docentes, a situação permanece a mesma.
De acordo com a Adufs, o Fórum das ADs ainda vem tentado contato com os interlocutores do governo na Mesa, que segue sem avanço sobre a pauta da Dedicação Exclusiva (DE). Desde o último encontro, no início de novembro do ano passado, não há mais manifestação por parte dos porta-vozes do Estado (Acorda Cidade).