Ao menos uma pessoa morreu e outras 46 foram detidas durante protestos contra a contestada reeleição do ditador Nicolás Maduro na Venezuela. Os manifestantes tomaram as ruas da capital, Caracas, e de diversas cidades nesta segunda-feira (29), de acordo com a ONG Foro Penal.
A primeira morte foi registrada no estado de Yaracuy, no noroeste do país. A organização, que é especializada na defesa de presos políticos, não explicou as circunstâncias da fatalidade.
Relatos na imprensa venezuelana citam outras possíveis mortes, como a de um adolescente de 15 anos em San Francisco, no estado de Zulia, e a de um estudante de 30 anos em Maracay, no norte do país. Na mesma manifestação em que o segundo teria sido morto, um jornalista foi ferido na perna, segundo o site Efecto Cocuyo.
Do lado do regime, o ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino, disse na noite de segunda que 23 soldados das Forças Armadas foram feridos em confronto com manifestantes. Embora preliminares, as informações mostram que o número de mortes ainda pode crescer.
Esse pode ser o início de mais uma longa jornada de manifestações no país, que vive múltiplas crises há mais de uma década. Liderados por María Corina Machado, os críticos ao regime denunciam uma fraude no pleito de domingo (28) e afirmam que a votação deu vitória para Edmundo González, candidato que entrou no lugar da líder opositora, inabilitada politicamente.
“Queremos anunciar a todos os venezuelanos e todos os democratas do mundo: já temos como provar a verdade. Conseguimos”, disse María Corina a jornalistas nesta segunda. “A diferença foi enorme, em todos os estados da Venezuela.”
Horas depois, eles divulgaram o que dizem ser 73% das atas das urnas eletrônicas. No entanto, o sistema estava instável e não era possível visualizá-las. “São milhões de cidadãos na Venezuela e no mundo que querem ver que o seu voto conta. As equipes técnicas em breve restabelecerão o acesso!”, publicou Machado na rede social X.
As manifestações foram registradas em várias regiões da capital, e a Guarda Nacional militarizada dispersou várias delas com gás lacrimogêneo e tiros de bala de borracha. Também foram ouvidos disparos em alguns bairros, e dois manifestantes derrubaram um enorme painel publicitário com o rosto de Maduro.
Fonte: Bahia.ba