‘Quantos músicos estarão vivos até lá?’, questiona Márcio Victor sobre Carnaval em 2022

Gritar a frase “Música do Carnaval” na Avenida, no meio de uma canção, em cima de um trio elétrico no circuito Dodô (Barra/Ondina), para folião pipoca em um sábado de fevereiro, parece ser um futuro quase utópico para o autor do maior bordão do Carnaval de Salvador, Márcio Victor, que alega estar sendo deixado de escanteio quando o assunto é retorno dos eventos em Salvador.

“Acho que tem que ter uma conversa. O nosso setor vai ser o último a voltar, não houve uma ajuda para o nosso setor. Como que as pessoas estão felizes para voltar para o Carnaval sem esse incentivo? Eles não conversam com a gente”, desabafou em entrevista ao Bahia Notícias.

O fato, no entanto, não impediu o Psirico de continuar trabalhando para levar alegria para o público. A banda escolheu resgatar as raízes do Psi no primeiro single de 2021, ‘Pega na Cabeça’, e também protestar para o reconhecimento do pagodão como arte.

“Eu sinto que precisa ser tocado nisso, mostrar esse pagodão raiz. É o pagodão que dá calo no pé, o pagodão que arrepia independente de classe, cor, religião, credo. É o pagodão que levanta a poeira do asfalto. O pagode de povo, do gari, das pessoas simples, do médico também, de todo mundo”.

No bate-papo com o Bahia Notícias o artista ainda se divertiu com um tópico quase pouco falado na mídia, sua vida pessoal. Discreto fora dos palcos, o pagodeiro de 41 anos revelou que parou de dar tanta importância com as histórias (inofensivas) que criam sobre ele, e as mais pesadas fazem ele ganhar dinheiro com processo.

“Já me mataram, já me ressuscitaram, já me comeram, rapaz… já me casaram, me separaram. Eu gosto do fuzuê”.

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