A quarta vítima morta após a queda de um jato executivo em Maraú, no baixo sul da Bahia, era o copiloto da aeronave, segundo informações da delegada Andréa Oliveira, que investiga o caso.
De acordo com informações do Departamento de Polícia Técnica (DPT), o corpo de Fernando Oliveira Silva, de 26 anos, foi liberado na tarde desta segunda-feira (25) e será levado para São Paulo.
O copiloto morreu na madrugada de domingo (24), no Hospital Geral do Estado (HGE), em Salvador, onde estava internada na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) da ala de queimados. Ele era a última vítima do acidente que ainda estava no HGE. Os demais feridos no acidente foram transferidos para hospitais de São Paulo no dia 19 de novembro.
O avião caiu na pista de pouso de um resort de luxo que está desativado, no dia 14 de novembro. Além de Fernando, morreram por causa do acidente as irmãs Maysa Marques Mussi, de 32 anos, Marcela Brandão Elias, de 37 anos (irmã de Maysa) e ex-piloto de Stock Car Tuka Rocha.
O piloto do avião teve alta médica na quarta-feira (20), seis dias após o acidente. Aires Napoleão, de 66 anos, teve 15% do corpo queimado e também estava internado no HGE. Ele foi o primeiro das vítimas a ter alta.
Investigações
Em entrevista ao G1, a delegada Andréa Oliveira informou que ouviu familiares das irmãs Maysa Marques e Marcela, na última sexta-feira (22).
Segundo a delegada, eles contaram, que o grupo viajou para a Bahia para passar o feriado da Proclamação da República na casa do pai do Eduardo Mussi, marido de Maysa, que também estava na aeronave. Ele teve ferimentos e foi um dos transferidos para São Paulo.
O avião era do empresário José João Abdalla Filho, que é amigo do pai de Mussi, e emprestou a aeronave ao grupo, informou a delegada de Maraú.
“Conversamos com os familiares da Maysa e da Marcela e aproveitei e entreguei as malas das vítimas. Eles disseram que a aeronave foi emprestada para eles passarem o feriadão na cidade”, disse a delegada.
De acordo com Andréa Oliveira, o advogado de Abdalla Filho também já foi ouvido e confirmou que o avião, que estava à venda, tinha sido emprestado à família Mussi.
“Eu vou pedir uma precatória para que o Abdalla seja ouvido no Rio de Janeiro. Eu tentei falar com ele aqui, mas ele apresentou impossibilidades e eu ouvi o advogado. Também vou ouvir o piloto e familiares do copiloto”, explicou Andréa Oliveira.
A delegada informou que também aguarda os laudos do acidente e deve ouvir os sobreviventes do da queda da aeronave, que estão internados em hospitais de São Paulo.
Acidente
A tragédia ocorreu pouco depois das 14h do dia 14 de novembro, no distrito de Barra Grande. O local é um destino turístico muito procurado na Bahia.
O jato executivo tinha decolado do aeródromo de Jundiaí (SP) cerca de três horas antes, com destino ao município baiano, segundo informações da Voe SP, que administra o terminal, e da Força Aérea Brasileira (FAB).
Conforme registro da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a aeronave, um bimotor Cessna C550 fabricado em 1981, de prefixo PT- LTJ, estava em situação regular.
As causas do acidente aéreo são investigadas pelo Segundo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa II), da Aeronáutica.
Militares do órgão estiveram no local do acidente, um dia após o ocorrido, para coletar dados que possam auxiliar nas investigações que vão apontar as causas da queda. Não há previsão de quando a apuração vai ser concluída. Os destroços do jato foram retirados do local do acidente no dia 16 de novembro.
A Polícia Civil da Bahia, por meio da Delegacia de Maraú, também apura a queda da aeronave. (G1)