Rio Paraguai atinge nível mais baixo da história e alerta para impactos ambientais e econômicos

Seca histórica afeta navegação, economia e biodiversidade na região do pantanal

Foto: Ministério de Minas e Energia

O Rio Paraguai registrou seu nível mais baixo já medido, com 62 centímetros abaixo da cota de referência, de acordo com o Serviço Geológico Brasileiro (SGB). O nível foi aferido no posto de Ladário, em Corumbá (MS), quebrando o recorde anterior de 1964, quando o rio atingiu 61 centímetros abaixo da cota.

A cota padrão do rio é de 5 metros, segundo o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), que já havia alertado para a crise na última quarta-feira (9). O Rio Paraguai, que atravessa os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul antes de seguir para o Paraguai e a Argentina, está sofrendo com uma seca histórica, influenciada pela escassez de chuvas na bacia hidrográfica e pelas mudanças climáticas.

A seca extrema afeta diretamente a economia local, impactando o turismo, a pesca e o abastecimento de comunidades ribeirinhas. A situação também ameaça o Pantanal, a maior área úmida contínua do planeta, colocando em risco sua biodiversidade e as populações que dependem dos recursos naturais da região.

De acordo com o SGB, a recuperação dos níveis do rio será lenta, com projeções de melhora a partir da segunda quinzena de novembro. A seca prolongada, acentuada pelo déficit de chuvas nos últimos anos, tem dificultado a recuperação da bacia. Desde 2020, a região acumula um déficit de mais de 1.000 mm de chuvas, agravando a crise hídrica.

Além dos riscos ambientais, a situação também afeta a navegação na região, com a Marinha emitindo alertas sobre as dificuldades enfrentadas devido ao baixo nível do rio. Navegantes devem redobrar a atenção e seguir as orientações de segurança para evitar acidentes nas áreas onde bancos de areia e rochas estão aflorando devido à seca.

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