Roger Machado enaltece partida feita pelo Bahia e rasga elogios a Nino Paraíba

Por: Felipe Oliveira/EC Bahia

Bahia goleou o Londrina por 4 a 0 na noite desta quinta-feira (18), na Arena Fonte Nova, e encaminhou sua classificação para as outavas de final da Copa do Brasil. Durante entrevista coletiva, revelou que os jogadores fizeram festa no vestiário e deram muita moral a Nino Paraíba, um dos destaques da partida. 

“Repetiram no vestiário o canto do torcedor. Não sei se estou com o registro do vestiário ou do campo. Mas o carinho que os atletas têm pelo Nino é muito grande, principalmente porque eles percebem a doação e a entrega do Nino em cada jogo. Eles se sentem… Dói um pouco quando veem nosso torcedor vaiar qualquer um de nós em campo. Porque, se o torcedor adversário me vaia, é porque, no mínimo me respeita ou tem medo. Mas minha torcida vaiar é muito duro. Tenho gravado na memória emocional as poucas vezes em que fui vaiado em casa pelo meu torcedor. Doeu demais. Muitas vezes, os atletas sentem, querem abraçar e recompensar aquele esforço diário do atleta que está sendo criticado, que recebe vaias em casa, com carinho e reconhecimento. Hoje eu frisei que tivemos 14 Ninos em campo, como tivemos um Nino que fez um grande jogo no primeiro jogo da decisão. Hoje a gente teve muitos que, defensivamente, em duelos individuais, tiveram muita superação”.

O treinador continuou falando do desenfor. Na sua visão, o lateral erra, muitas vezes, excesso de vontade. 

“Sou especialista nessa função. No primeiro momento, os laterais fazem parte do sistema defensivo, precisam controlar o setor defensivamente. As ultrapassagens para a linha de fundo precisam… Muitas vezes, eu ouvia muito do Felipão, quando era lateral: “Vou te dar uma ponte para tu passar”. Sem ponte, não consegue passar. Se não tem alguém que permita que a bola chegue e dê tempo para que eu consiga passar e acessar a linha de fundo… Como Nino tem vigor físico e não se entrega e não aceita nada menos do que 100%, muitas vezes, nessas idas e vindas a todo momento, você não chega com lucidez na bola para executar um gesto técnico. Muitas vezes, o erro é mais pela musculatura cansada para executar o gesto técnico de precisão. Nino não passou 50 vezes na linha de fundo, mas, quando foi, foi com eficiência, força, para decidir a jogada e oferecer oportunidade clara para o centroavante. Para mim, é claro que o lateral tem apoiar, não simultaneamente, mas alternadamente. Enquanto um apoia, o outro preserva a defesa. Assim funciona bem”.

O treinador também aproveitou a ocasião para elogiar o meia Eric Ramires. 

“Ramires hoje fez uma bela partida. Aos olhos do treinador, a gente observa outras capacidades, não só virtudes com bola nos pés. Obediente taticamente, deu apoio e permitiu que o jogo fluísse pelo lado. Quando botei Rogério, ele foi para dentro lado a lado com Fernandão. E também com sua movimentação sem a bola. Muitas vezes, a gente costuma analisar apenas o jogo com bola. As movimentações possibilitam que o colega use o espaço criado por ele. Fez um belo jogo. É jovem, não teve férias. A gente, às vezes, acha que o jovem que não precisa descansar, mas não é verdade. Assim Rogério, Nino, vêm recuperando o prestígio com o torcedor. As vitórias nos dão isso. Devagar. O torcedor volta quando a gente representa bem o torcedor em campo. O torcedor é nosso combustível, porém, a energia que a gente joga do campo para arquibancada é que o torcedor devolve. Não é o inverso. Somos nós os responsáveis por trazer nosso torcedor para o nosso lado”.

Para finalizar, o comandante falou sobre os atacantes Fernandão e Gilberto. 

“Fernandão ou Gilberto, têm características diferentes para a mesma função. Meu desafio é conseguir moldar o time para que essas características sejam atendidas quando cada um esteja em campo. Gilberto é mais móvel, que tem mais fluidez no jogo, saindo do jogo pouco centralizado. Fernandão, pelo porte, ataca muito bem, tem bola aérea e preenche a área quando tem cruzamento. Mas preciso criar alternativas quando estão em campo para que o time entenda que tipo de jogo é necessário quando cada um está em campo. No primeiro gol e no segundo gol, do Nino, o Gilberto ataca em profundidade. Posteriormente, quando Fernandão está em campo, naturalmente se procura mais a jogada pelas linhas de fundo, sem perder o jogo interno, que gosto de fazer”.

 Por: Redação Galáticos Online

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