Rússia mantém pelo menos 6.000 crianças ucranianas nos campos de ‘reeducação’, aponta estudo

Ação é considerada crime de guerra; ‘clara violação’ da Quarta Convenção de Genebra, diz o relatório, que também informa que os menores também estão sendo oferecidos para adoção

JOE KLAMAR / AFP

Um estudo do Observatório de Conflitos, um grupo de pesquisa independente financiado pelo Departamento de Estado americano, divulgado na terça-feira, 15, aponta que a Rússia transferiu pelo menos 6.000 crianças ucranianas para campos de reeducação, ação que pode ser considerada crime de guerra. “É inconcebível que se trate de transferências e deslocamentos forçados de crianças”, diz este relatório preparado pelo laboratório de pesquisa humanitária da Universidade de Yale, nos Estados Unidos. É uma “clara violação” da Quarta Convenção de Genebra sobre o tratamento de civis em tempos de guerra, adverte um dos pesquisadores, Nathaniel Raymond. Essas atividades “podem, em alguns casos, constituir crimes de guerra, ou crimes contra a humanidade”, acrescentou. Desde o início da guerra, há quase um ano, crianças de, às vezes, quatro meses, foram levadas para 43 acampamentos em toda a Rússia, inclusive na Crimeia, região anexada por Moscou, e na Sibéria, para receber “educação patriótica” pró-Rússia, diz o documento. Essas crianças também são oferecidas para adoção na Rússia, segundo o relatório. Além disso, a Ucrânia acusa as forças russas de sequestrarem milhares de crianças, incluindo órfãos, em territórios controlados por Moscou. Este Observatório já havia denunciado a realocação forçada de ucranianos nas partes orientais do país controladas pela Rússia e as atrocidades cometidas por essas tropas desde o início da invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro do ano passado. (JP)

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