Sindicatos se reuniram no final da tarde desta terça-feira (30), em ato contra a reforma da Previdência e em reivindicação aos seus direitos trabalhistas na véspera do dia dos trabalhadores, na Praça Renato Machado em Santo Antônio de Jesus. Os representantes de cada categoria: do Sindicato dos Comerciários; da Construção Civil; da APLB (Associação dos Professores Licenciados do Estado da Bahia) realizaram o ato para chamar a atenção da sociedade.
Sindicato dos comerciários:
Em entrevista a reportagem do Voz da Bahia, a presidente do sindicato dos comerciários, Anatália Mercês, disse que infelizmente o trabalhador não tem o que comemorar, “para nós é um dia de luta e resistência contra o desrespeito e a violência com o direito de todo o trabalhador brasileiro”, comentou.
Ato pacífico:
Citando a reforma da previdência e o congelamento de recursos do governo, a sindicalista garantiu que o ato foi simbólico e pacifico, “recolhemos assinaturas e encaminharemos para o Congresso para mostrarmos aos deputados a nossa força e que não votem nessa reforma que só prejudicará a nós trabalhadores”, expôs.
Adesões:
Ainda segundo Anatália, o ato teve adesão também de agentes de saúde além de servidores públicos municipais e estaduais.
Professor da UNEB:
Professores e alunos da UNEB (Universidade do Estado da Bahia) Campus V que mantém a greve por tempo indeterminado, também participam da manifestação. De acordo o professor e doutor em História Wilson Roberto de Matos, os educadores das Universidades Estaduais na Bahia, pedem aumento de investimento nas instituições de ensino, e melhorias trabalhistas, “temos que continuar nosso processo de luta e essa data tem sido marcante nessa trajetória e reivindicação para melhores condições de trabalho, salariais. Esse 1º de maio agora é uma data que vai se repetir esse processo de luta, uma luta mais especifica para nós professores da UNEB, assim como professores das demais universidades que reivindicamos a reposição salarial, além de outras promoções na carreira que foram negados. Hoje nos juntamos a outros trabalhadores em torno de reivindicações e melhorias de condições de trabalho de todas as categorias”, afirmou.
“Deforma” da Previdência:
Sobre o adesivo estampado na camisa que diz: “Não a Reforma da Previdência”, o professor explica o porquê do uso desta estampa e ainda se opõe ao dizer que é uma ‘deforma’, “essa suposta reforma da previdência tem o único objetivo que é acabar com o sistema de seguridade social que está implantado no Brasil já um bom tempo, sobretudo desde da Constituição de 88 que reconhece os Direitos dos Trabalhadores e dos brasileiros de um modo geral, a seguridade social como um direito social fundamental que nós não podemos abrir mão, então um dos objetivos deste atual Governo é acabar com esse sistema de seguridade social e nós não podemos admitir que isso acabe”, relatou.
Mulheres:
Ainda para Wilson, a reforma prejudica principalmente as mulheres, “os aspectos mais específicos dessa suposta reforma da previdência vem para prejudicar os trabalhadores de um modo geral, sobretudo a população feminina, as mulheres serão as maiores prejudicadas com essa ampliação do tempo de contribuição e da idade para poder, os trabalhadores rurais, enfim, os mais necessitados no sistema de seguridade social são os mais prejudicados se a reforma da previdência vingar. Estamos aqui em luta contra essa ‘deforma’ para que ela não passe, estamos nos manifestando, pressionando as autoridades, o Governo, os deputados, esclarecendo a sociedade para que se engajem nessa nossa luta, por que temos absoluta certeza que essa reforma vem de encontro aos nossos trabalhadores, então o nosso posicionamento é contrário”, finalizou.
Reportagem e Fotos: Voz da Bahia
