O soldado Wesley Soares, morto por agentes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) após realizar disparos para o alto durante protesto no Farol da Barra em março deste ano, “foi morto em ação desastrosa, resultado de excesso de força letal e despreparo”.
O parecer é de uma perícia particular, contratada pela Associação dos Policiais e Bombeiros Militares do Estado da Bahia (Aspra), assinada pelo Secrim. Segundo o documento, “o Gerenciamento de Crise foi desenvolvido de forma incorreta e fora das doutrinas nacionais e internacionais”.
Segundo a perícia, o soldado não atirou na guarnição, “mas por cima dela”. Por sua vez, a guarnição “sem ameaça iminente, efetuou seis disparos na direção do Soldado Wesley, alvejando-o enquanto a arma da vítima se encontrava apontando para o solo e não para a guarnição”.
O laudo aponta que o soldado foi atingido novamente quando já estava atingido no chão, “indicando claramente excesso de força letal”.
“Diante da análise dos fatos, se os protocolos de gerenciamento de crise tivessem sido obedecidos e os profissionais certos tivessem participado do procedimento, a solução do conflito teria sido a rendição do soldado Wesley Soares de Góes e não sua execução”.
Até o momento, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia não se posicionou sobre o laudo. À época, a coorporação afirmou que “o soldado alternava momentos de lucidez com acessos de raiva, acompanhados de disparos”. (ATarde)