Salvador Prefeitura distribui repelentes a gestantes para prevenir riscos

Para receber o repelente, as gestantes precisam estar acompanhadas por uma unidade de saúde

A Prefeitura de Salvador iniciou uma ação contra arboviroses – dengue, zika e chikungunya – voltada para as gestantes, através da distribuição de repelentes nas farmácias das Unidades de Saúde da Família (USF), com o objetivo de prevenir doenças que podem ter graves consequências tanto para as mães quanto para os bebês. Os repelentes estão disponíveis nas farmácias de todas as unidades de saúde da família do município, além das unidades farmacêuticas dos multicentros municipais como na Carlos Gomes, Liberdade e Vale das Pedrinhas.

Para receber o repelente, as gestantes precisam estar acompanhadas por uma unidade de saúde da rede municipal. Desde a primeira consulta pré-natal, o produto já pode ser prescrito e retirado. Renata Barbosa, médica de Saúde da Família e técnica de referência da Rede Cegonha do Município, explica: “Durante os nove meses da gestação até o primeiro mês de puerpério, as gestantes podem fazer a retirada mensal desses repelentes, através do cartão que será entregue na primeira consulta e que ficará em posse da mulher até o período do puerpério. Todo mês elas recebem uma quantidade de repelente para aquele período, a quantidade varia de acordo com a duração da proteção do produto. Outra pessoa pode retirar os repelentes no lugar das gestantes, apenas apresentando o documento SUS da mesma.”

Grupo de risco

A gestante é um grupo de risco para todas as arboviroses (dengue, zika e chikungunya). A Zika tem relação com o nascimento de recém-nascidos com microcefalia. A dengue na gestação pode trazer alterações tanto na vida da gestante quanto na do feto, as gestantes infectadas têm maior probabilidade de evoluir para a forma grave da doença, podendo apresentar maior risco de choque, trombocitopenia, fenômenos hemorrágicos e morte materna, principalmente por conta da própria fisiologia da gestação. Já os fetos correm maior risco de abortamento, parto prematuro, baixo peso fetal e até morte neonatal, explica Renata Barbosa. A forma de profilaxia depende de atitudes coletivas para controle do desenvolvimento do mosquito e transmissão da doença; e atitudes individuais, como o uso de roupas compridas, uso de mosquiteiros, vacina para os grupos elegíveis e o uso de repelentes. O método individual só depende do uso pela paciente e a sua distribuição, de fácil acesso, é comprovadamente eficaz na proteção, além de ser liberado para o uso em gestantes.

Estefane Barbosa, mãe de Adryan Barbosa, de 8 anos, afetado pela microcefalia devido ao zika vírus, está atualmente grávida, e destaca a importância dos cuidados preventivos. “O diagnóstico do meu filho foi complicado, mas aprendemos a lidar com a deficiência. O uso do repelente é fundamental, mas as famílias também precisam se conscientizar e evitar água parada.”

Sobre meios de ampliar a proteção contra as arboviroses, Estefane acrescenta: “Deve haver saneamento básico nos bairros periféricos, limpeza de canais e visitas frequentes do serviço de zoonoses.”

Fonte: Portal A Tarde

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