Um documento elaborado por três sócios do Vitória foi divulgado nesta terça-feira (12). Nele consta um pedido de autoconvocação de uma assembleia geral extraordinária na agremiação, que visa encurtar o mandato de Ricardo David, atual presidente do clube e promover eleições gerais. A carta é assinada por Gustavo Ferraz, ex-diretor da Defesa Civil de Salvador e conselheiro do Leão, Antônio Rodrigues, advogado e ex-conselheiro e Edmundo Fahel Filho, advogado e também ex-conselheiro.
Antônio Rodrigues, conhecido como Cacau, demonstra confiança na realização da AGE (Assembleia Geral Extraordinária) para o dia 6 abril. Ele espera que o clube publique o edital de convocação na segunda-feira (18).
“Foi tudo amplamente democrático. Foram passadas pelas três instâncias, que é Conselho Deliberativo, Conselho Diretor e Conselho Fiscal, que recusaram, embora no Conselho Fiscal tenha havido dois membros que votaram pela convocação. Passando esse período preliminar, os associados promovem autoconvocação da AGE, no caso os três primeiros subescritores do requerimento (…) Mesmo com autoconvocação o estatuto impõe algumas condições. Como publicação em jornal e no site do clube, bem como na parte administrativa do clube. E também pedimos que seja autorizado a AGE nas dependências do Barradão”, disse em entrevista à Rádio Transamérica FM.
O presidente do Conselho Deliberativo do Vitória e deputado estadual Robinson Almeida (PT) vê fragilidade jurídica na autoconvocação. Ele revelou que irá conversar com os membros do movimento, já que existe uma negociação para o encurtamento do mandato de Ricardo David. Na sexta-feira (18) irá acontecer uma reunião no Conselho Deliberativo para debater o tema.
“Tomei conhecimento deste pedido e confirmei com o Conselho Diretor que houve esse pedido de AGE. Esse pedido foi feito para Paulo Catharino [ex-presidente do Conselho]. E foi o último ato dele no Conselho, que foi indeferir o pedido baseado em um parecer da CBF e de um jurista baiano. O estatuto diz que se o pedido de autoconvocação é válido se for negado de forma injustificada, o que não foi o caso. Paulo Catharino justificou o indeferimento. E mesmo com o indeferimento, os signatários continuaram. E foi indeferido da mesma forma pelo Conselho Diretor e o Conselho Fiscal. Depois destas negativas, resolveram marcar a data da assembleia geral. Creio que não tem base legal para acontecer, pois não obedece a regra estatutária. Vou conversar com Cacau e os signatários. Vou pedir para eles, pois existe uma negociação que está perto de se concretizar. Como essa autoconvocação tem fragilidade jurídica, creio que não vai prosperar. Meu objetivo é conversar com os signatários para buscar um entendimento. A nossa proposta é que tenhamos uma AGE no dia 30 de março, no menor tempo possível. E essa AGE faria antecipação das eleições e montaria o calendário eleitoral (…) A saída negociada é a melhor para acabar com a crise”, afirmou.
O Movimento “Decide AGE” conta com cerca de 800 assinaturas de sócios do Vitória. (por Glauber Guerra – BN)