O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu na terça-feira (27) que os partidos devem destinar recursos e tempo de propaganda eleitoral para candidaturas de indígenas nas eleições. A proposta foi apresentada pela deputada Célia Xakriabá (Psol-MG) e aprovada por unanimidade.
O aumento do desmatamento, das invasões de garimpeiros ilegais em seus territórios, a paralisação das demarcações sob o Governo Bolsonaro e o avanço da covid-19 nas comunidades originárias são o pano de fundo de um boom de candidaturas indígenas no Brasil nas eleições municipais deste ano. O número de candidaturas dos que se declaram indígenas cresceu 28% em relação ao pleito de 2016. Na ocasião, foram 1715. Hoje, são 2.194, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Com esses números, os indígenas ultrapassam os candidatos que se declaram amarelos (1.959, ou 0,35% do total) e deixam assim de ser a raça menos representada na disputa por cargos eletivos.