Os resultados dos exames feitos após um surto de doença misteriosa atingir a cidade de Entre Rios, a cerca de 128 km de Salvador, apontam que a maioria dos pacientes atendidos no município teve chikungunya e dengue. A informação foi divulgada pela Secretaria Municipal de Saúde nesta terça-feira (11).

Foi anunciado hoje (16) por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) a descoberta do vírus mayaro, que provoca sintomas semelhantes ao chikungunya. Não há registro dele na Bahia, mas ele pode causar uma epidemia no sudeste do país.

Pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, iniciaram testes em humanos para obter uma vacina segura e eficaz contra a a chikungunya. O infectologista mexicano Arturo Reyes-Sandoval apresentou ontem (10), no Simpósio Desafios e oportunidades na Pesquisa Clínica em Chikungunya: Produzindo Evidências para Saúde Pública, no Rio de Janeiro, os resultados obtidos na pesquisa.

Novecentos e noventa e quatro municípios brasileiros apresentam alto índice de infestação pelo mosquito Aedes aegypti e podem registrar surtos de dengue, zika e chikungunya. O número, de acordo com informações do Ministério da Saúde, representa 20% das 5.214 cidades que realizaram algum tipo de estudo que classifica o risco do aumento de doenças causadas pelo vetor. O primeiro Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa) de 2019 revela que a incidência de casos de dengue no país entre janeiro e março subiu 339,9% em relação ao mesmo período de 2018. Além da situação de risco, o estudo identificou 2.160 municípios em situação de alerta e 1.804 com índices considerados satisfatórios.

A possibilidade do vírus Chikungunya se tornar silvestre, assim como a febre amarela, tem preocupado cientistas. Caso o vírus se instale nas florestas, especialistas afirmam que se tornaria impossível de erradicá-lo, pois, diferente da febre amarela, não existe vacina contra ele.
Segundo O Globo, o alerta foi feito pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e pelo Instituto Pasteur, autores de uma pesquisa sobre o tema publicada nesta quinta-feira (4), na revista científica “Plos Neglected Tropical Diseases”.

O vírus da chikungunya pode sair das cidades para as matas brasileiras, tornando-se silvestre e impossibilitando a erradicação da doença no país. O alerta é de cientistas dos institutos Oswaldo Cruz e Pasteur, na França, que tiveram artigo publicado na revista científica internacional PLOS Neglected Tropical Diseases.