As acusações feitas por Andressa Urach à Igreja Universal do Reino de Deus no processo que ainda está sendo analisado pela Justiça foram desmentidos pela instituição. A ex-modelo alega que os pastores a coagiram a doar cerca de R$ 2 milhões.
Os advogados da Universal disseram à Justiça que Andressa Urach mente ao afirmar que sofreu “lavagem cerebral” e “coação” para doar a vultosa soma de R$ 2 milhões à instituição da qual foi membro entre 2015 e 2019.
De acordo com informações do portal Uol, Urach diz no processo que foi “abduzida” pela instituição após passar por um grave problema de saúde que a deixou internada, sendo “iludida pelas promessas de solução espiritual”.
Esse envolvimento com a Universal teria resultado em ofertas que Andressa enxerga serem a causa da “perda desenfreada do seu patrimônio”.
“Fui iludida, ludibriada, enganada e escancaradamente roubada pela Igreja, durante um momento de total fraqueza”, disse a ex-modelo na ação, exigindo a devolução das doações e uma indenização por danos morais.
Andressa diz ter doado à Universal quatro veículos (Porsche Cayenne, Land Rover Evoque, Renaut Fluence e Hyunday i30) e R$ 1,5 milhão em dinheiro. Mesmo com o processo em andamento, a ex-modelo voltou a frequentar reuniões na instituição e se submeteu a um segundo batismo por ter “pecado muito”.
Universal nega
No documento apresentado à Justiça no final de fevereiro, a instituição declarou que o processo foi “maquiavelicamente” criado pela ex-modelo para se promover, e a acusa de tentar “enriquecer ilicitamente” com a ação.
Além disso, a Igreja Universal diz que o período em que Urach frequentou suas reuniões resultaram em “paz, conforto, mudança de vida, princípios, diretrizes racionais e ascensão financeira”.
Outro argumento usado contra a ex-modelo é que ela teria ganho muito dinheiro com a venda de seus livros: “É evidente que tinha condições de discernir e poderia ter deixado de frequentar a Igreja. Porém, estranhamente, somente o fez após cinco anos de convivência e do lançamento de dois livros narrando sua biografia”.
A defesa da Universal anexou ao processo uma entrevista onde Andressa Urach dizia que suas doações eram uma “questão de consciência”, já que o dinheiro era fruto do tempo em que se prostituía.
Os advogados reiteraram, assim, a postura adotada em setembro do ano passado, quando enviaram um primeiro documento à Justiça alegando que na visão da Universal, a ex-modelo agia de “má-fé” ao afirmar que não tinha condições financeiras de arcar com as taxas judiciais que são cobradas para o andamento do processo, pois seu dinheiro havia sido doado à instituição.
O valor total das taxas gira em torno de R$ 50 mil no Rio Grande do Sul, e os advogados de Andressa Urach responderam à época que a Universal “faltava com a verdade”.
por Tiago Chagas / Gospel +