A vacina da Pfizer provavelmente protege contra qualquer doença grave da variante Ômicron do coronavírus. É o que afirmou o CEO da BioNTech, Ugur Sahin, em uma entrevista publicada nesta terça-feira 30 pela agência Reuters.
A BioNTech participou do desenvolvimento do imunizante da vacina da Pfizer contra a covid-19. A variante Ômicron é a cepa mais recente do coronavírus. Botsuana registrou a primeira notificação da nova mutação; o país faz fronteira com a África do Sul.
“Achamos que é provável que as pessoas [vacinadas com o imunizante] tenham proteção substancial contra doenças graves causadas pela Ômicron”, disse o CEO e cofundador da BioNTech, Ugur Sahin. O empresário considera “graves” os casos de pacientes com a covid-19 que precisam de internação hospitalar ou tratamento intensivo.
De acordo com o executivo, as células T promovem a possível eficácia. Elas foram desenvolvidas para reconhecer as proteínas spike, que permanecem sem alterações. Entretanto, os anticorpos produzidos pela vacinação podem ter dificuldade de combater a nova cepa do vírus.
Enquanto os anticorpos se ligam diretamente ao coronavírus e evitam infecções, as células T de longa duração atuam nas células contaminadas. Esse mecanismo combate a replicação viral e o agravamento das doenças.
Ontem, o professor Salim Abdool Karim já havia declarado que as vacinas podem prover proteção contra formas graves da covid-19 em pacientes com a Ômicron. Um dos maiores especialistas em doenças infecciosas da África do Sul, o médico aconselhou o governo de seu país na resposta inicial à pandemia.
Sahin espera uma versão atualizada da vacina da Pfizer no mercado em 100 dias, caso os reguladores aprovem. A princípio, ele estima um lote entre 25 milhões e 50 milhões de doses.