Funcionários da Igreja Mundial do Poder de Deus que estavam em greve receberam os valores atrasados e encerraram a paralisação. O líder e fundador da instituição, Valdemiro Santiago, havia se queixado da postura dos trabalhadores.
Nove dias após o início da greve, os funcionários da Igreja Mundial e da TV Mundial tiveram os atrasados quitados pela instituição. Eles se queixavam de atrasos nos salários, benefícios (como vale-alimentação) e irregularidades nos depósitos de FGTS.
De acordo com informações do portal iG, os pagamentos foram realizados na última sexta-feira, 19 de novembro, após acordo firmado entre a instituição e os grevistas no Tribunal Regional do Trabalho (TRT).
Entretanto, os funcionários se dispuseram a encerrar a paralisação antes que todos os débitos fossem quitados, pois os valores referentes às férias e depósitos do FGTS ainda não foram completamente regularizados.
Os funcionários da Igreja Mundial e TV Mundial contaram com apoio do Sindicato dos Radialistas e do Sindicato dos Empregados em Instituições Beneficentes, Religiosas e Filantrópicas de São Paulo.
Os valores ainda pendentes deverão ser quitados até a próxima sexta-feira, 26 de novembro. Um imóvel avaliado em R$ 24 milhões teria sido usado como garantia para a obtenção dos recursos.
O fundador da Mundial, Valdemiro Santiago, afirmou que considera terceirizar os serviços daqui em diante, demitindo os funcionários por conta da greve.
“Um time de futebol atrasa salários por seis meses e não acontece isso [greve]”, desabafou Valdemiro no púlpito. “Na igreja, se atrasar três, quatro, cinco dias, acontece isso [a greve]. E xingam, e ofendem a nossa honra, e a da nossa família”, acrescentou o líder neopentecostal.
“Tô muito chateado com tudo isso. Infelizmente a gente que emprega milhares de trabalhadores, a gente vai ter que comunicar ao Ministério do Trabalho: acabou. Não vamos contratar mais ninguém. A gente é de carne e osso. Durante a pandemia a gente fez de tudo para não repetir o que outras empresas fizeram [redução salarial]. Então, o que a gente vai fazer? A gente vai terceirizar; vamos contratar uma empresa pra cuidar do trabalho da igreja”, finalizou o fundador da Igreja Mundial.
por Tiago Chagas / Gospel+