O bolso do brasileiro não ficou imune à inflação no primeiro semestre de 2022. No acumulado do ano até junho, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) subiu 5,49%, informou nesta sexta-feira (8) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados no indicador, oito tiveram altas de preços no mesmo período. O segmento de vestuário teve a maior inflação no acumulado do ano até junho: 9,14%.
Entre os subitens que compõem esse grupo, as maiores altas foram verificadas em roupas associadas ao inverno. O agasalho feminino subiu 18,14%, o infantil avançou 17,66%, e o masculino ficou 15,75% mais caro.
Segundo analistas, a carestia de roupas reflete pelo menos dois fatores: os custos de produção ainda elevados e a volta da demanda em um cenário de menores restrições à circulação de pessoas.
Após vestuário, o grupo de alimentação e bebidas teve a segunda maior alta de preços no acumulado do ano até junho: 8,42%.
Entre os subitens, as maiores disparadas foram registradas por morango (106,81%), melão (64,60%) e batata-inglesa (55,77%). Pepino (55,58%), abobrinha (54,41%) e repolho (51,74%) vieram na sequência.
Frutas, legumes e hortaliças subiram no Brasil com o impacto do clima adverso na largada deste ano. A seca no Sul e as chuvas fortes em regiões como o Sudeste e o Nordeste abalaram plantações, com impacto sobre a oferta e os preços finais.
Ainda houve pressão nos custos do transporte das mercadorias, já que os combustíveis ficaram mais caros.
O grupo de transportes, aliás, teve a terceira maior inflação no acumulado do ano até junho: 7,38%. Trata-se do segmento com o principal peso na composição do IPCA.
Dentro de transportes, as maiores altas dos subitens foram de óleo diesel (33,39%) e gás veicular (23,90%). Seguro de veículo veio na sequência (23,61%). A gasolina, que tem o principal peso individual no IPCA, subiu 8,06%.
Os combustíveis mais caros são apontados como principais responsáveis pela inflação de transportes.
No acumulado do primeiro semestre, também houve aumentos nos grupos de artigos de residência (7,09%), educação (6,24%), saúde e cuidados pessoais (5,87%), despesas pessoais (3,55%) e comunicação (2,26%).
No mesmo período, o único segmento com deflação (queda de preços) foi habitação. A baixa atingiu 0,61%. Houve impacto da redução de 14,52% na energia elétrica residencial.
A conta de luz teve alívio após o fim, em abril, da taxa extra cobrada para financiar usinas térmicas durante a crise hídrica. (Bn)