Vendas do varejo baiano caem 2,2%, aponta IBGE

Vendas nos super e hipermercados recuaram 6,5% em janeiro (Foto: Eduardo Peret/Agência IBGE Notícias)

As vendas do varejo na Bahia, em janeiro,  seguiram em queda (-2,2%) em relação ao mês anterior, na série livre de influências sazonais. Foi o terceiro recuo seguido nessa comparação, embora num ritmo de retração um pouco menor que nos meses anteriores (-3,1% de outubro para novembro e -4,1% de novembro para dezembro). Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), do IBGE. Com esse resultado, o volume de vendas na Bahia voltou a ficar abaixo do patamar registrado em fevereiro de 2020, no pré-pandemia, acumulando queda de 1,8% entre março de 2020 e janeiro de 2021. O setor havia fechado o ano de 2020 mostrando pequena recuperação frente às perdas causadas pela Covid-19, com um acumulado de 0,4% entre março e dezembro.

O resultado das vendas do varejo na Bahia também foi negativo na comparação de janeiro/21 com janeiro/20, mostrando queda de 3%. Foi o terceiro recuo consecutivo no volume de vendas, nesse confronto com o mesmo mês do ano anterior, e um resultado pior que o verificado no Brasil como um todo (0,3%).

Foi ainda o pior janeiro para as vendas do varejo no estado desde 2017, quando havia sido registrada uma queda de -3,8%.

Frente a janeiro de 2020, 14 das 27 unidades da Federação tiveram quedas nas vendas. Os piores resultados foram registrados em Amazonas (-24,3%), Rondônia (-8,6%) e Distrito Federal (-8,3%), enquanto os melhores ocorreram em Amapá (17,7%), Minas Gerais (11,9%) e Pará (9,8%).

Com o desempenho de janeiro, o varejo baiano se manteve em queda (-4,6%) no acumulado nos últimos 12 meses (frente aos 12 meses anteriores). O estado tem o terceiro pior resultado do país nesse confronto, acima apenas de Ceará (-6,0%) e Distrito Federal (-5,8%).

O Brasil como um todo mostra avanço de 1,0% nas vendas do varejo, nos 12 meses encerrados em janeiro. Pará (9,6%), Maranhão (7,6%) e Piauí (7,2%) lideram entre os resultados positivos, nessa comparação.

Quedas nas vendas de vestuário e supermercados

Em janeiro, na Bahia, 6 das 8 atividades do varejo restrito (que exclui as vendas de automóveis e material de construção) tiveram quedas nas vendas, frente ao mesmo mês de 2020.

Os dois únicos segmentos que mostraram resultados positivos foram os de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (12,8%, o oitavo resultado positivo seguido) e móveis e eletrodomésticos (7,5%), cujas vendas voltaram a subir após terem recuado em dezembro (-3,7%).

Dentre as atividades com quedas na vendas em janeiro, na Bahia, a taxa mais negativa veio novamente de livros, jornais, revistas e papelaria (-60,7%), que mostra intensos recuos mensais seguidos há dois anos e meio, desde julho de 2018.

Entretanto, as principais contribuições para o resultado negativo do varejo baiano em geral vieram das quedas na vendas de tecidos vestuário e calçados (-20,4%) e dos hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-6,5%), que têm mais peso na estrutura do comércio no estado.

As vendas de vestuário mostraram o segundo recuo seguido e têm o segundo pior desempenho, entre os segmentos, no acumulado em 12 meses (-30,4%, só melhor que o das livrarias). Já os supermercados tiveram a terceira queda consecutiva nas vendas.

Vendas do varejo ampliado

Em janeiro, o volume de vendas do comércio varejista ampliado baiano teve nova queda frente ao mês anterior, na série livre de influências sazonais (-3,5%). Foi a terceira retração consecutiva nessa comparação e, com isso, o estado ficou abaixo do país como um todo, que também apresentou resultado negativo (-2,1%).

Frente ao mesmo mês do ano anterior, as vendas do varejo ampliado na Bahia também seguiram em queda (-5,6%), mostrando o terceiro resultado negativo consecutivo e o pior para um mês de janeiro desde 2016 (-16,2%). O desempenho do estado nessa comparação também está abaixo do verificado no Brasil como um todo (-2,9%).

O varejo ampliado engloba, além do varejo restrito, as vendas de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, para as quais não se consegue separar claramente o que é varejo do que é atacado.

No confronto com janeiro de 2020, as vendas de veículos na Bahia seguiram em queda (-14,5%), completando 12 meses seguidos de retrações (desde fevereiro de 2020). Foi também o pior resultado para um mês de janeiro desde 2018 (-25,1%).

Já o comércio de material de construção teve uma variação positiva (0,1%), a segunda consecutiva após ter recuado em dezembro (-4,7%).

Nos 12 meses encerrados em janeiro, as vendas do varejo ampliado na Bahia apresentam a maior queda do país (-8,4%). O resultado está bem abaixo do nacional (-1,9%). (Bahia Valor)

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