É praticamente impossível esperar um ônibus em alguma das estações de Salvador e não ser abordado por vendedores clandestinos: “Vai pagar no dinheiro ou no cartão?”, perguntam. Caso o usuário pretenda pagar no dinheiro, o cambista oferece um cartão e cobra valor menor que a tarifa atual, geralmente R$ 2 ou R$ 3.
Não se sabe ao certo a origem destes cartões. Alguns destes cartões são de gratuidades e ao serem utilizados, não cobram nenhum valor. Um estudante, que preferiu não se identificar, afirmou que já presenciou uma briga entre um “cambista” e um usuário: “Eles haviam combinado que o uso seria R$ 3, mas quando o rapaz viu que não foi cobrado nada, quis pagar menos e foi a maior confusão”, afirmou.
O Salvador Card afirmou que não se responsabiliza por fiscalizar a prática, que seria responsabilidade da Integra. Em nota, a Integra afirmou que o ato configura fraude, passível de indiciamento em inquérito policial e afirmou que ocasionalmente, a Polícia Civil realiza operações em locais em que autores dessa modalidade de ilícito costumam agir.
Já a Polícia Civil afirmou que não é responsável por fiscalizar a venda irregular de tarifas de ônibus, mas realiza ações em pontos estratégicos da cidade para coibir os roubos e assaltos em ônibus coletivos. Segundo a Polícia, a comercialização irregular de passagens pode ser registrada em qualquer delegacia territorial, ou no Gerrc.
Caso seja registrado em alguma delegacia, o delegado responsável pode caracterizar a prática como estelionato, o que poderia resultar em prisão de 1 a 5 anos e pagamento de multa. (VN)
Confira alguns flagrantes da prática realizados pela equipe do VN: