Longe de Salvador, o Vitória deixou escapar a chance de depender apenas de si para se garantir no G4 da Série B por mais uma derrota. Diante do Juventude neste domingo (2), o rubro-negro não fez uma grande apresentação e foi derrotado por 1×0 para a equipe gaúcha.
O gol foi marcado na segunda etapa pelo veterano meia Nenê. O resultado manteve o Leão com os mesmos 28 pontos conquistados, mas agora na 4ª posição. A vaga é ameaçada pelo Sport, que joga contra o Ceará neste domingo, e o Novorizontino, atual 3º colocado, pode aumentar a distância para o Vitória caso vença o duelo contra a Ponte Preta. O próximo duelo rubro-negro será diante do atual líder Vila Nova, que tem 31 pontos. O jogo acontecerá no Barradão, na próxima segunda-feira (10), às 20h.
O placar de vitória mínima para o Juventude saiu após uma superioridade da equipe comandada por Thiago Carpini ao longo dos 90 minutos. Essa foi a sexta derrota do Vitória na competição, sendo que em quatro delas, incluindo a partida deste fim de semana, aconteceu com o ataque rubro-negro passando em branco.
O ataque, aliás, foi um dos setores que passou por alterações do treinador Léo Condé antes da bola rolar. Tréllez, que vinha de sequência ruim como titular, deu lugar a Welder, que marcou o gol da virada contra o Sampaio Corrêa na rodada anterior, mas não conseguiu superar a boa marcação do jaconero e não teve chance clara enquanto esteve em campo. A entrada do colombiano foi uma das escolhas feitas por Condé no segundo tempo. O camisa 22 também não se saiu bem e foi anulado pela marcação.
As outras mudanças vieram na zaga e no meio-campo. Suspenso pelo terceiro amarelo, o zagueiro Wagner Leonardo não atuou e viu João Victor assumir sua vaga. Mas o setor ainda foi completado com Yan Souto, já que o técnico do Leão optou por um time com uma linha de três zagueiros. Essa estratégia já havia sido adotada em partidas fora de casa nesta campanha da Série B.
Com a linha de defsa mais preenchida, o meio-campo perdeu uma peça. O volante Rodrigo Andrade também estava suspenso pelo cartão amarelo e o setor foi formado por Gegê e Giovanni Augusto, que recebiam o apoio de Felipe Vieira e Zeca como laterais mais avançados. No restante do ataque, Osvaldo e Wellington Nem atuaram pelas pontas.
Pressão controlada
A escolha de Condé por um meio menos preenchido e uma aposta nas jogadas de contra-ataque em velocidade pelas laterais deu ao Juventude espaço para criar em espaços por dentro. A etapa inicial não foi de grandes chances criadas nem pelos mandantes e nem pelo visitante, que entrou em campo com a quarta melhor campanha longe de seu mando. O resultado dessa dinâmica foi um primeiro tempo sem tantas emoções e com o Vitória conseguindo em uma única chance assustando o goleiro Thiago Couto.
Em lance de desatenção da defesa gaúcha, Welder ficou com a bola pela direita e na segunda tentativa de cruzamento achou Osvaldo do lado esquerdo de campo sozinho. O camisa 11 bateu de primeira rasteiro, mas ela ficou nas mãos do goleiro do Juventude. Do outro lado, a chance mais próxima de abrir o placar saiu dos pés do próprio Nenê, que em cobrança de escanteio tentou gol olímpico e assustou Lucas Arcanjo, que deu um sono na bola e mandou para longe.
Antes do apito para o intervalo, o jogo ficou ainda igualado, mas com mais velocidade dos dois lados e tentativas de jogadas pelos lados de campo. Osvaldo e Wellington Nem conseguiam ter boa dinâmica de troca de lados, quando trocavam da esquerda para a direita e vice-versa, para tentar confundir a defesa adversária. Na prática, a tática não funcionou como o esperado e Nem seguiu sem fazer uma boa partida no segundo tempo.
Vacilo custou caro
Com a mesma equipe, Léo Condé retornou para o segundo tempo e viu seu time ser ainda mais pressionado pelo Juventude. Com apenas quatro minutos o jaconero teve duas chances perigosas de abrir o placar, mas faltou o pé na forma e a bola passou longe da meta de Lucas Arcanjo nas duas oportunidades. Antes do gol dos gaúchos, Wellington Nem chegou a arriscar um chute forte da entrada da área, mas também não acertou a meta de Thiago Couto.
Pouco antes dos 20 minutos, uma saída de bola desanimada do Vitória custou pelo menos o empate. João Victor saiu jogando de forma perigosa com Giovanni Augusto e o camisa 10 dominou, girou e deu o passe em cima de David. O atacante do Juventude que vinha sendo pressionado pela torcida pela má atuação, viu Nenê livre do outro lado da área e rolou para o meia apenas empurrar a bola na rede. 1×0 para o Juventude.
Daí em diante o Vitória até tentou reforçar o meio-campo com Léo Gomes e Diego Torres, que entraram nas vagas de Yan Souto e Giovanni Augusto, respectivamente. Zé Hugo também substituiu Wellington e o Leão passou a jogar com a linha de quatro na defesa e um meio-campo mais preenchido, como costuma fazer nos jogos dentro do Barradão. Mas as mudanças não aconteceram a tempo de mudar o panorama da partida.
Faltou inspiração e assertividade nas finalizações, que chegaram a assustar a torcida mandante, como em um cruzamento rasteiro de Pablo Diogo na frente do gol aos 41 da etapa final. Osvaldo não alcançou a bola por pouco. Mas a insistência do rubro-negro não foi o suficiente o time saiu derrotado do sul. Correio)