Mesmo com o histórico de atleta, boa forma física e de ter recebido a primeira dose da vacina, o técnico da seleção brasileira masculina de vôlei, Renan Dal Zotto, viveu momentos delicados por causa das complicações da Covid-19. Ele ficou 36 dias internado num hospital, no Rio de Janeiro, precisando ser intubado em duas ocasiões. Na primeira, ele passou por uma cirurgia vascular, por conta de uma trombose na perna esquerda, correndo risco até de amputação.
“No período que eu estava intubado, e eu obviamente não lembro de nada, mas eu vivi situações que eu lembro perfeitamente. E são histórias que eu cheguei a escrever até. Talvez pela medicação, pelo excesso de drogas lícitas, a cabeça fica… Eu me vi duas vezes morto. Em uma, eu cheguei a ver uma matéria dizendo que eu tinha partido e deixado esposa e dois filhos. Eu realmente vivi isso”, afirmou o treinador em entrevista ao site ge.com.
Dal Zotto recebeu alta no último dia 21 de maio e desde então iniciou o processo de fisioterapia. Com 26 quilos perdidos durante a internação, ele corre contra o tempo para poder comandar a seleção brasileira na beira da quadra nos Jogos Olímpicos de Tóquio, que começam no dia 23 de julho e vão até 8 de agosto. Ele esperar voltar à equipe log após a Liga das Nações, que está sendo realizada na Itália, até o final deste mês. Antes do embarque para o Japão, o selecionado terá 10 dias de treinamentos em Saquarema.
“Grandes chances de estar em Tóquio. Digamos, hoje, 99%. A reação dele está sendo muito boa. A gente tem todo um planejamento com a nossa equipe multidisciplinar para saber quais estímulos daremos a ele dia após dia. Por exemplo, na segunda-feira ele faz a parte de carga junto com a parte de força. Na terça-feira, faz a parte de fisioterapia neuromotora. Na quarta-feira, a gente tem um fisiologista que trabalha toda a parte dele de cardiopulmonar, através de alguns sprints na bicicleta. E ele veio reagindo muito bem a todos eles, fazendo com que a nossa equipe tenha sempre que elevar o nível de treinamento para ele responder cada vez melhor. Então, a nossa perspectiva para ele é muito boa”, disse o médico Felipe Malzc, da seleção brasileira.