O setor industrial brasileiro começa a reverter o pessimismo iniciado em abril, quando o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), medido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), despencou, chegando a 34,5 pontos em uma escala de zero a 100. Levantamento divulgado nesta quarta-feira, 12, pela entidade mostra que, em agosto, esse índice ficou em 57 pontos, “o que significa que a confiança voltou de forma disseminada”, informou a CNI.
O número representa uma alta de 9,4 pontos na comparação com julho (47,6 pontos). Em junho, o ICEI estava em 41,2 pontos; em maio, 34,7 pontos; e em abril, 34,5 pontos. Em agosto de 2019 esse índice estava em 59,4 pontos.
De acordo com a CNI, valores acima de 50 pontos indicam confiança do empresário e quanto mais acima, maior e mais disseminada. Por outro lado, valores abaixo de 50 pontos indicam falta de confiança do empresário – e, quanto mais abaixo, maior e mais disseminada é essa falta. A sensação de otimismo é reforçada pelo fato de o índice registrado em agosto ter ficado acima da média histórica do Icei, que é de 53,4 pontos.
O indicador antecede o estudo que apontará o desempenho industrial. Por isso representa uma tendência de como se comportará a produção industrial brasileira nos próximos meses, uma vez que, para haver os investimentos e o aumento de produção necessários à retomada da atividade industrial, é necessário que haja, antes, resgate da confiança do setor.
Em nota, o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi, disse que os piores momentos da crise causada pela pandemia ficaram para trás, embora o empresário da indústria ainda perceba que a situação econômica é negativa, na comparação com os últimos seis meses.
“O Brasil precisa dessa confiança. Quando o empresário passa a acreditar que o futuro é mais promissor, ele transforma esse futuro de forma positiva. Do contrário, não sairíamos do fundo do poço. Há uma percepção de melhora no ambiente de negócios, pelo andamento da reforma tributária e uma demonstração do governo em reduzir o Custo Brasil”, diz Abijaodi.
Ele acrescenta que projetos importantes, como novo marco do saneamento e o o novo marco legal do gás natural, vêm avançando no Congresso Nacional, o que é bem visto pelo setor privado.
A pesquisa foi realizada entre 3 e 7 de agosto e consultou 1.284 empresas, sendo 517 de pequeno porte, 473 de médio e 294 de grande porte. (A Tarde)