Depois de muito imbróglio, discordâncias e até intervenção do Ministério Público do Trabalho (MPT), que chegou a conseguir a suspensão do processo de demissão de trabalhadores que atuavam na fábrica da Ford em Camaçari, o impasse chegou ao fim. Montadora e funcionários chegaram a um acordo coletivo que garante, para cerca de 4 mil funcionários, indenizações individuais de, no mínimo, R$ 130 mil. Um valor acertado em assembleia nesta quarta-feira (12) e que agradou o Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari, que representou os trabalhadores durante o período de negociação com a Ford.
Procurada, a Ford, por meio de nota, deu mais detalhes dos termos que nortearam o acerto que garante o piso indenizatório de R$ 130 mil tanto para funcionários operacionais quanto para os administrativos. De acordo com a montadora, cada funcionário operacional vai receber dois salários nominais correspondentes ao que ganharam por cada ano trabalhado, enquanto os administrativos receberão um salário nominal.
Além disso, todos vão embolsar um valor fixo adicional conforme faixas pré-definidas. “O acordo coletivo negociado com o Sindicato dos Metalúrgicos em função do encerramento da produção na unidade de Camaçari foi aprovado pela ampla maioria dos empregados. A proposta aprovada inclui uma compensação financeira adicional às verbas rescisórias”, escreveu.
Fechamento da fábrica
E os benefícios garantidos aos trabalhadores não param por aí. Ainda de acordo com informações da montadora, o acordo fechou também a garantia de plano médico nos próximos seis meses e um programa de qualificação para os funcionários. “Também faz parte do acordo a concessão de seis meses de plano médico por meio do Sindicato e uma remuneração adicional para empregados operacionais com restrição médica ocupacional. Além dos itens previstos no acordo, a Ford já está oferecendo um programa de qualificação dos trabalhadores e também irá oferecer um suporte para recolocação por meio da contratação de uma empresa especializada”, explica.
A Ford anunciou em 11 de janeiro que iria encerrar a produção de veículos em suas fábricas no Brasil. Logo depois, houve protestos por parte dos funcionários de várias das unidades, inclusive na de Camaçari, com várias manifestações acontecendo desde então.
Em 5 de fevereiro, a Justiça do Trabalho suspendeu a demissão coletiva dos funcionários da fábrica através de uma liminar. A determinação era que a Ford deveria primeiro concluir o acordo com os funcionários. Com isso, em 23 de fevereiro parte dos funcionários retornaram ao trabalho na fábrica, por prazo de 90 dias, após negociação com o sindicato. Houve um escalonamento para o retorno de mais funcionários até o mês de maio. (Correios)